Teodomiro Braga, jornalista autor do livro “Sonhador que faz”, que joga excessivas loas em José Serra, demitiu sumariamente o editor do jornal O Tempo, de Belo Horizonte, depois da derrota do América para o Águia de Marabá, no Mineirão.
Quem conta o lance é o próprio jornalista demitido:
“Manda quem pode, obedece quem tem juízo.” Como não obedeci, vou poder sacar meu módico FGTS (kkkk….). Sei que não sou o primeiro nem serei o último. Mas, como jornalista, gostaria de compartilhar com vocês a história a seguir.
Quinta-feira, 19 de março, aproximadamente 22h15. “Não ‘carregue’ no título do América, para evitarmos problemas amanhã. A desclassificação, por si só, já vai deixá-lo muito irritado”, recomendou.
Sexta-feira, 20 de março, exatamente 12h20, recebo uma ligação no meu celular. “Eu te avisei umas 15 vezes para não ‘carregar’ no título do América e você escreve aquilo. Se você quiser falar mal do América, não vai ser nesse jornal que vai fazer isso”, esbravejou o volátil senhor.
Respondi que levaria o assédio a que estava sendo submetido ao conhecimento da chefia. Não tive tempo. Quando cheguei para trabalhar, o cenário já estava montado e minha demissão tramada.
Respondi que levaria o assédio a que estava sendo submetido ao conhecimento da chefia. Não tive tempo. Quando cheguei para trabalhar, o cenário já estava montado e minha demissão tramada.
“Em função do que aconteceu ontem, vou ter que dispensá-lo. Eu recebi uma determinação expressa da secretária de redação para não ‘carregar’ no título do América, transmiti a ordem e você a descumpriu. Por isso, você está sendo demitido: por ter descumprido uma ordem minha, que sou seu superior hierárquico”, justificou o claudicante.
Questionei onde estava o erro da informação. “O erro foi o seguinte: quem perde de 1 a 0 não foi humilhado, ainda mais que o time teve chances de fazer gols, colocou duas bolas na trave e qualquer um poderia ter vencido (como jornalista previdente que sou, ressalto que todo o diálogo foi devidamente registrado pelo meu aparelho de MP4). Patético, não?
Disse que a humilhação mencionada não era o placar, mas, sim, a desclassificação, em casa, na primeira fase da competição, para um time de pouca ou nenhuma representatividade no cenário esportivo nacional.
Além disso, se o resultado foi considerado normal, porque a torcida estava tão revoltada após o jogo, querendo a “cabeça” dos sete presidentes do clube e do treinador? Por que o técnico do time entregou o cargo depois da partida, diante de um resultado tão normal? Antes que eu responda, peço licença para ir ao banheiro vomitar.
No mínimo, cometeram um dos erros mais graves do jornalismo e da vida: não ouviram a minha versão sobre o fato, o outro lado. Contudo, acho que é mais factível pedir ao meu filho de 8 anos que escreva um tratado sobre física quântica, a cobrar ética, honestidade e bom senso de determinadas pessoas.
Ah, já ia me esquecendo do principal. Sabem qual foi o título? “AMÉRICA É HUMILHADO PELO INEXPRESSIVO ÁGUIA MARABÁ”
Sabem como estou (além de desempregado….rs…..)? Feliz “pra” c… Tive o maior prazer em contar ao meu filho, meus pais e minha esposa que fui demitido porque feri interesses escusos. Contudo, não contrariei minha formação profissional e, sobretudo, meus princípios.
Sabem o que eu sou? Desobediente, sim, sempre. Desonesto, não, nunca.