O texto abaixo é assinado pelo jornalista Diogo de Hollanda, do Valor Econômico:
Com a perspectiva de contribuir para um aumento relevante na capacidade nacional de produção de aço, os projetos siderúrgicos da Vale começam a sair do papel. É o caso da usina ThyssenKrupp CSA, no Rio de Janeiro, com participação de 26,87% da mineradora, que deverá começar a operar em junho. Além dele, a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), no Ceará, parceria com a coreana Dongkuk, começou os trabalhos de terraplenagem em dezembro e a Aços Laminados do Pará (Alpa), desenvolvida individualmente pela Vale no município paraense de Marabá, já obteve licença prévia e espera dar início às obras também em junho. As inaugurações estão previstas para 2013 (Alpa) e 2014 (CSP).
Em fase mais preliminar está a Companhia Siderúrgica Ubu (CSU), no Espírito Santo, que ainda não concluiu a compra de terrenos e pode ter de postergar o início das operações para depois de 2014. De acordo com a Vale, os quatro projetos poderão aumentar em 50% a capacidade de produção de aço do país. O investimento total previsto para os empreendimentos – incluindo o montante a ser aportado pelos sócios – é de aproximadamente R$ 33 bilhões.
Segundo o diretor de siderurgia da empresa, Aristides Corbellini, os investimentos em aço da Vale estão inseridos em uma estratégia de longo prazo. “O objetivo é desenvolver o setor no Brasil e, dessa forma, agregar valor ao minério e gerar riqueza e desenvolvimento em vários Estados”, define. De acordo com o executivo, o posicionamento anterior da companhia, de ter participações minoritárias e temporárias, foi revisto em 2008 devido a uma mudança na percepção do negócio. “A siderurgia é uma opção interessante como investimento e – principalmente no Brasil – um excelente negócio”, afirma, destacando, por exemplo, a boa média de retorno aos acionistas proporcionado pelos projetos siderúrgicos brasileiros nos últimos dez anos.
Diferentemente dos outros três empreendimentos, em que atua ou pretende atuar com participações minoritárias, a Vale resolveu tocar sozinha a construção da Alpa. A decisão se deu pelo fato de a companhia considerar o projeto estratégico – porque promoverá a integração com a California Steel, da qual detém 50% – e por avaliar que, na etapa de desenvolvimento, a localização da usina poderia inibir empresas sem experiência na região Norte. Segundo Corbellini, a Vale só começará a pensar em sócios quando a planta estiver em operação.
Já na CSU, embora por enquanto esteja sozinha, a empresa pretende buscar um sócio majoritário logo após adquirir o licenciamento ambiental, o que espera ocorrer ainda este ano. “Já está de bom tamanho”, justifica Corbellini, referindo-se ao esforço que será feito pela companhia no conjunto de projetos. Segundo ele, três empresas manifestaram interesse em associar-se à Vale na usina de Ubu, que vai produzir 5 milhões de toneladas por ano e demandará um investimento de aproximadamente R$ 8 bilhões.
Na CSP, no Ceará – que produzirá 3 milhões de toneladas por ano e tem investimentos previstos de R$ 7,6 bilhões -, a empresa participa com 49%, frente aos 51% da Dongkuk. Mas “essas participações podem variar”, observa Corbellini, lembrando que “às vezes surgem necessidades de mudanças no desenvolvimento do projeto”. Foi o que ocorreu no ano passado, quando a Vale aumentou de 10% para 26,87% sua fatia na ThyssenKrupp CSA devido às dificuldades que a crise econômica impôs aos negócios da empresa alemã na Europa.
Com exceção da Alpa, que destinará cerca de 30% da produção à laminação e posterior venda no mercado doméstico – em parceria com a Aço Cearense -, todos os projetos serão inteiramente voltados para a exportação. Os quatro empreendimentos seguem a mesma lógica: com a remessa de placas, as usinas brasileiras promoverão a integração vertical com outras plantas do mundo.
No caso da ThyssenKrupp CSA, que produzirá 5 milhões de toneladas por ano, a integração se dará com uma unidade que a empresa alemã está erguendo no Estado do Alabama (EUA). Na CSP, com as instalações da Dongkuk na Coreia, é a maior compradora de placas do mundo. E, na Alpa, o percentual da produção exportada (cerca de 70% das 2,5 milhões de toneladas anuais) irá principalmente para a California Steel, usina instalada na cidade de Fontana (EUA) na qual a Vale detém, desde 1984, participação de 50%, e foi seu primeiro investimento no setor siderúrgico (a outra sócia é a japonesa JFE). A perspectiva é de que a CSU siga a mesma lógica e tenha como sócio uma siderúrgica não-integrada – ou seja, que não compre minério de ferro e sim as placas de aço.
Todos os projetos incluem contratos de longo prazo de compra de minério da Vale, que geralmente vão de 12 a 15 anos. Corbellini observa que este item é vantajoso não apenas para a mineradora, mas também para os sócios. “Hoje em dia, o minério está se tornando escasso, principalmente na qualidade dos minérios da Vale”, diz.
O diretor da Vale nega que o cronograma de investimentos da empresa em siderurgia tenha sofrido atrasos. Ele cita o exemplo da ThyssenKrupp CSA, da qual foi presidente, para frisar que – não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro -, os projetos siderúrgicos têm longa maturação. “A CSA, que vai iniciar a operação em junho, começou a ser discutida seis anos atrás, em 2004, e a pedra fundamental foi lançada em setembro de 2006, quando já tinham se passado quase 30 meses desde o começo das conversas”, lembra. “O cronograma rígido é quando está na implantação. Na concepção, não”, acrescenta.
Fonte: Valor Econômico.
Anonymous
19 de abril de 2010 - 13:27Você me entendeu mal,sumiram TODOS os post dela desde julho do ano passado.
Hiroshi Bogéa
15 de abril de 2010 - 14:1509:51, essa pergunta deve ser feita a querida Marise, que certamente lhe responderá com a dignidade tão peculiar dela. Uma certeza, eu tenho: se "sumiu" algum post, como afirmas, não foi retirado voluntariamente pela coautora do Quinta Emenda. Os que daqui "sumiram" já estão republicados.
Anonymous
15 de abril de 2010 - 12:51Hiroshi, o que aconteceu com o blog Quinta Emenda? Será que lá, aconteceu o mesmo que aconteceu com você? Lá sumiram as postagens mais recentes.
Hiroshi Bogéa
14 de abril de 2010 - 18:1014:35, nem eu sabia do "desaparecimento" do post citado. Ao ler seu comentário, minutos atrás, fui checar no Painel do Blogger, e constatei a bronca. Em verdade, haviam cinco post "desaparecidos": DC3 e Link: acordo operacional, Encontro de populações, Os benefícios do NavegaPará,Méritos pessoais, Casas digitais e Princípio da Isonomia (conforme links abaixo restabelecidos).
Descobri esses outros post no rol de "desaparecidos! por causa do grifo em vermelho "rascunho", na página de Edição, como se não estivessem sido publicados.
É a primeira vez que verifico isto, e nem sei como a bronca ocorreu, preciso pedir orientação de quem é mais viajado no setor para saber se a origem do problema e evitar repetição.
De minha parte, tenha certeza, não haveria nenhuma razão para excluir o post sobre a DC3 e a Link, até porque este blog foi quem publicou o suposto acordo operacional.
Aqui, já excluí alguns comentários maldosos, depois de analisados fatores que levaram a publicá-los indevidamente. Post, isto nunca ocorreu, tenha certeza disso.
Agradeço seu alerta duro, que só faz a blogosfera ser respeitada ainda mais.
Meus agradecimentos.
———————–
http://hiroshibogea.blogspot.com/2010/04/encontro-de-populacoes.html
http://hiroshibogea.blogspot.com/2010/04/os-beneficios-do-navegapara.html
http://hiroshibogea.blogspot.com/2010/04/meritos-pessoais.html
http://hiroshibogea.blogspot.com/2010/04/casas-digitais.html
http://hiroshibogea.blogspot.com/2010/04/principio-da-isonomia.html
Anonymous
14 de abril de 2010 - 17:35Hiroshi
Está bom de você explicar por que retirou do ar a postagem que falava sobre o acordo operacional entre a DC3 e a Link.
Fica feio, ainda mais para uma pessoa como você.
Caso você não saiba, mesmo tendo retirado o comentário do seu blog, ele permanece na memória da internet.