Nesse domingo, o poster circulou pelas Feiras da “28” e Laranjeiras, parando aqui e ali, zanzando o bate-papo necessário das manhãs preguiçosas.
Na Feira da 28, pra nós, como se fosse a de Caruaru, os amigos conhecidos de algumas barracas montadas.
Muitos risos, novos causos do “seu” Jair, vendedor de frutas -, e parada obrigatória, quando a ´preguiça dominical não muda nossa rota.
Em busca de carne de bode, que já não tinha na “28”, uma esticada até o outro lado do rio Itacaiúnas, pra mapear a Feira das Laranjeiras, pouco frequentada pelo poster, devido a distância a nos separar.
Além de encontrar a carne de bode, outro achado inesquecível.
Num ponto da feira, o forró, o triângulo, a zabumba, sanfona e a música de Gonzagão.
Três músicos com chapéus de couro, prenderam a respiração do poster.
Foi grande, o impacto que aquele pequeno pedaço de Nordeste causou nesta alma cantante.
O domingo, bom como sempre é, virou multidão de cordel num canto da feira.
Tocando Gonzagão, o trio ficou sendo contemplado entre velhas canções conhecidas.
O som do triângulo, doce e familiar, como afago de família.
Por dentro, aquele turbilhão de pequenas emoções reunidas.
Já no interior do carro, voltando para casa, a imagem do momento nordestino construiu graciosos clichês, povoando o imaginário: forró, triângulo, e a sanfona, com gosto de carne do sol com inhame “sucuiu”.
O Nordeste, obviamente, não é só isso – como o Brasil, hoje, não é só futebol e carnaval.
Mas é isso também, e o poster, inconscientemente, buscava se aninhar naquelas imagens antigas e tão familiares, povoando a memória de sons tirados da alma.
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Atualização às 10:39
Comentários do publicitário Orly Bezerra e do jornalista Agenor Garcia, para esticar a prosa:
1- Orly
Bonito de ver e gosto de ler essas suas portagens sobre o saudosismo, as histórias de nossas vidas, que não devem ser esquecidas, como essa do triângulo, a sanfona e a música do Gonzagão.
Ab.,
orly
2- Agenor Garcia
Caro Hiroshi,
Que bom é ser impactado pelo som de um regional como aquele da Laranjeira. Quando a feira foi criada, o prefeito de então, recebeu em mãos (eu assisti a cena), uma reivindicação, muito humilde até. A de contar com o apoio da Cultura, para que músicos nordestinos, entre repentistas, forrozeiros e duplas caipiras em geral, pudessem alí, entreter o povo. Foi então que o papo rolou e o administrador, velho conhecido nosso, puxador de samba, deu uma idéia:porque não construir um palquinho lá? Pois a plataforma existe, no meio da feira. Foi introduzida no projeto e no dia da inauguração, esse teu amigo aqui, na qualidade de mestre de cerimônias, do palquinho, fez a condução do evento. Pois bem, caríssimo, o plaquinho está lá. Acho que ocupado por mercadorias e barraquinhas que descaracterizaram a feira. Pede pro Claudinho procurar. Pois o show deve continuar. O artista tem que ira onde o povo está.Grande abraço,
Agenor Garcia
jornalista.
Nota do Blog: a provocação está feita, Agenor.
Acho que o Cláudio vai colocar a colher nessa panela.
Aguardemos.
Vi
19 de agosto de 2013 - 23:59Sair de casa com a frieza da manhã de domingo, para comprar os ingredientes do almoço da parentada toda, já é em si uma aventura de sensações!
Gosto desta misturada de gentes que encontramos nas feiras. Fico olhando pra elas, recriando suas histórias no meu imaginário, elas passam a ter nomes, pai, esposas, filhos, dores, risos…
O feijão é do homem de olhos tristes ( que dor o fez assim?), a verdura é da mulher das gentilezas ( a senhora deseja mais o quê para ficar mais gostosa sua comida?), o peixe é do senhor de mãos de Capitão Gancho (parece insensível às barbatanas afiadas, deve ser porque viveu em algum navio como clandestino)…
Assim, o almoço ganha cara, tempero, cheiro!
Então, você me lembra do homem do triângulo…
Bom, confesso que não dei muita atenção ao músico e o seu barulho harmonioso.
Mas isso será um novo ingrediente para minha feira, com temperos de imaginações.
GIlsim Silva
19 de agosto de 2013 - 22:07Hirochi, como descendente de Pernambucano e Cearense que sou, compartilho com você esse momento de prazer e aproveito pra registrar a felicidade que tive de viajar ao lado do velho Gonzagão, no trecho Goiania – Belo Horizonte, na década de 80.Parabéns pela nota e a boa dica pra programação matinal do domingo.Imagine: Triângulo, zabumba , sanfona e …. O BODE !
Nordeste presente
19 de agosto de 2013 - 10:28Caro Hiroshi,
Que bom é ser impactado pelo som de um regional como aquele da Laranjeira. Quando a feira foi criada, o prefeito de então, recebeu em mãos (eu assisti a cena), uma reivindicação, muito humilde até. A de contar com o apoio da Cultura, para que músicos nordestinos, entre repentistas, forrozeiros e duplas caipiras em geral, pudessem alí, entreter o povo. Foi então que o papo rolou e o administrador, velho conhecido nosso, puxador de samba, deu uma idéia:porque não construir um palquinho lá? Pois a plataforma existe, no meio da feira. Foi introduzida no projeto e no dia da inauguração, esse teu amigo aqui, na qualidade de mestre de cerimônias, do palquinho, fez a condução do evento. Pois bem, caríssimo, o plaquinho está lá. Acho que ocupado por mercadorias e barraquinhas que descaracterizaram a feira. Pede pro Claudinho procurar. Pois o show deve continuar. O artista tem que ira onde o povo está.Grande abraço,
Agenor Garcia
jornalista.
Orly Bezerra
19 de agosto de 2013 - 08:34Bonito de ver e gosto de ler essas suas portagens sobre o saudosismo, as histórias de nossas vidas, que não devem ser esquecidas, como essa do triângulo, a sanfona e a música do Gonzagão.
Ab.,
orly
Orly, querido. Sei o quanto esse tipo de manifestação cultural mexe, também, com você. A Feira das Laranjeiras bem poderia ser transformada num tipo Largo do Machado, lá no bairro Laranjeiras, do Rio, onde a Nação Nordestina se reúne, aos domingos, para matar saudades, “furupando” de tudo. Dá pra fazer. Chegou agora aqui na caixa de comentário uma colocação do Agenor Garcia contando uma historinha interessante. Dá pra fazer o que ele sugere. Vou levar a ideia pro Cláudio Feitosa. E, que tal o amigo desse um empurrãozinho daí, acionando a Cultura do Estado? Abs, amigo.