O governo do Tocantins estabeleceu um convênio para disponibilizar a travessia gratuita de pessoas por meio de embarcações entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). As operações começaram na segunda-feira (27). A parceria, firmada com a Prefeitura de Aguiarnópolis, é de natureza emergencial e terá duração de 30 dias. Anteriormente, a travessia de passageiros pelo rio era realizada exclusivamente por barcos privados, que cobravam tarifas. Estreito se destaca como um importante centro comercial na área.
A colaboração entre a administração do Tocantins e a Prefeitura de Aguiarnópolis possibilita a utilização de dez embarcações de porte médio, com capacidade para levar de cinco a oito passageiros. Esses barcos estarão disponíveis todos os dias, entre 5h e 19h, dedicando-se apenas ao transporte gratuito de cidadãos, conforme revelou o governo do Tocantins.
O governo do Tocantins anunciou que destinou um investimento inicial de R$ 135 mil para viabilizar o transporte gratuito por 30 dias. Esse período servirá para que sejam negociadas alternativas permanentes, garantindo a mobilidade dos cidadãos de ambas as cidades. De acordo com as informações oficiais, o montante total pode atingir R$ 300 mil.
A supervisão será responsabilidade da Agência Tocantinense de Regulação (ATR), que contará com o suporte do Corpo de Bombeiros, que terá uma equipe permanente na área.
Devido à destruição da ponte, não é mais possível a passagem de veículos nessa área. Para se deslocar entre os dois estados, os condutores devem utilizar caminhos alternativos. A companhia que havia sido contratada para o serviço teve seu contrato interrompido, pois está impedida de firmar novos acordos com a União.
Recentemente, uma nova empresa recebeu a autorização para realizar a travessia de caminhões pesados pelo Rio Tocantins, ligando Aguiarnópolis a Estreito. Em comunicado, a LN Moraes Logística Ltda, que obteve a permissão da Agência Nacional de Transporte Aquaviários (Antaq) para operar na área, anunciou que os barcos estão a caminho da região do Rio Tocantins e que as atividades devem começar em até 30 dias.
Pesquisas sugerem que seriam precisas quatro balsas, cada uma com aproximadamente 40 metros, para atender adequadamente a população. Duas delas seriam dedicadas ao transporte de veículos leves, como carros de passeio, utilitários, vans, ônibus e veículos com peso de até 8 toneladas. As outras duas seriam destinadas ao transporte de caminhões, carretas, bitrens e demais veículos de carga.
Colapso trágico
A Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que conectora os estados do Maranhão e Tocantins pela BR-226, colapsou no final da tarde de 22 de dezembro de 2024. Naquele momento, três carros, três motos e quatro caminhões que estavam na estrutura desabaram no rio, envolvendo um total de 18 pessoas. As atividades de busca e salvamento começaram no mesmo dia, utilizando barcos para este fim.
Das 17 pessoas que se encontram desaparecidas após o desabamento da ponte, 14 já foram encontradas, enquanto três ainda estão sumidas. As operações de busca prosseguem utilizando barcos e drones. Por conta do aumento da vazão do Rio Tocantins, provocado pela abertura das comportas da usina hidrelétrica de Estreito, os mergulhos foram interrompidos.
Estão desaparecidos após o desabamento da ponte Salmon Alves Santos, de 65 anos, Felipe Giuvannuci Ribeiro, de 10 anos, que são avô e neto, e Gessimar Ferreira da Costa, de 38 anos.