Frederico Morbach, filho de Augusto, é pai de Wilson, Mirtes, Marise, Augusto, Helena e Tatiana – uma talentosa prole divinamente escalada para vivenciar a vida com a alma coberta de paixão, inteligência e vocação pra fazer o bem.
Frederico herdou a arte de criar do pai Augusto, para mim, um dos maiores artistas plásticos do mundo. Com Fred tomei todos os porres homéricos num tempo em que a Internet não havia chegado e nossas conspirações noturnas nem tinham pressa de acabar. Escrevemos declarações de amor, cantamos Milton, divagamos sobre poemas de Augusto dos Anjos remoendo os versos “Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja essa mão vil que te afaga. Escarra nesta boca que te beija!”.
Vivíamos felizes nossa boemia e nem sabíamos que ela uma hora teria fim.
Um dia Frederico se foi, e deixou órfã uma leva de gente que aprendeu a amar aquele carinha fisicamente frágil, mas bom de briga na caneta. Frederico representou muito na minha formação profissional.
Esta semana tomei conhecimento de que a sua musa amada, mulher e amante – dona Íris, está dodói. Ela que não podia dar um espirro mais alterado que deixaria o marido em sobressaltos, dodói de ficar agora na cama -, causando preocupações aos filhotes paparicas. E a todos nós seus amigos. Daqui – como adorava fazer Frederico brincando com as palavras -, me manifesto torcendo para que tudo não passe apenas de um susto. Daquele que nos toma de assalto pra deixar depois todo mundo morrendo de rir do espanto.
João Salame
25 de janeiro de 2007 - 15:47Parabéns Hiroshi e Adelina. Há muito não via diálogo tão gostoso sobre nossa Marabá. Relembrando o grande Frederico, com a entada oportuna do Wilson. Também estou na torcida por dona Iris. Forte abraço.
João Salame
hiroshi
22 de janeiro de 2007 - 23:27Filho de peixe, não rejeita peixe. Venha trazendo pimenta malagueta pra comer no trisca.
Abs
Wilson Morbach
22 de janeiro de 2007 - 20:28Hiroshi e Adelina, fico muito feliz de ler o texto de ambos sobre meus pais e gostaria de me oferecer para destrinchar esse peixe.
Um forte abraço,
Wilson
hiroshi
22 de janeiro de 2007 - 16:22Errata
Adelina, leia piabanhas ao contrário de piabinhas. Acho que meu instinto de preservaçao no imaginário reduziu o tamanho das piabanhas. Para protegê-las dos lances das redes e tarrafas?
hiroshi
22 de janeiro de 2007 - 16:07Depois da cheia, meio assim que ressabiadas, as piabinhas sobem, correndo o risco de serem, também, mesmo piabinhas, tragadas pelas redes de arrasto que ocupam cada metro quadrado do Tocantins.
Vem, que te queremos abraçar com o intenso carinho que mereces por tudo que fizestes por essa gente.
Abs
Anonymous
22 de janeiro de 2007 - 13:55Obrigada pelo carinho. Porém, voltar a Marabá hoje imaginando que poderia contribuir, seria desrespeitar um dos poucos preceitos que preservei da juventude: a história só se repete como farsa. Além disto, minha vaidade – que é grande! – ainda assim não me permitiria imaginar que a história que aí se fez depois de mim não é maior e melhor do que a que se fez comigo.
Marabá é hoje, certamente, maior do que os meus sonhos juvenis, mesmo eu os reconhecendo como justos e sinceros.
Mas, aceito sim o seu convite de voltar ao Tocantins, qualquer horinha dessas, mas pra gente sentar na beira-rio e comer uma piabanha assada na brasa! Abração.
Adelina.
PS: as piabanhas ainda sobem o Tocantins depois da cheia???
hiroshi
21 de janeiro de 2007 - 22:21Adelina, que surpresa agradável ver teu nome assinando este espaço. Você que conheceu Fred, que sentiu Pagão e, de perto, absorveu a meiguice da mulher do poeta. Depois que saistes daqui, as margens do Tocantins mudaram também. Acho que está faltando os banzeiros que você ajudou a construir num início de mudanças sociais. Volta, menina, o Tocantins te chama.
Por dona Íris, fortaleçamos nossa fé.
Anonymous
21 de janeiro de 2007 - 20:05Hiroshi, cheguei a você caminhando pela Net e li, comovida, a referência ao Frederico e a Iris.
Frederico e Pagão foram meus guias na chegada a Marabá há décadas. Deles recebi – e aprendi – todos os ensinamentos que uma estrangeira precisava para pisar com rspeito nas margens do Tocantins.
Iris é a mulher do poeta. Com tudo de força, afeto e firmeza que esse papel requer.
Junto com você torço pelo susto vão. Um abraço. Adelina.