Depois de passar dez anos sem receber qualquer tipo de serviço de melhorias em sua estrutura física, o Teatro Margarida Schivasappa passou por ampla reforma e ampliação nos últimos meses, recebendo diversos benefícios.

O espaço cultural será reaberto nesta sexta-feira, 15, com o show “Dança de tudo: uma homenagem a Nilson Chaves”.

Responsável pela gestão dos investimentos aplicados na modernização do teatro, Thiago Miranda,  presidente da Fundação Cultural do Pará, órgão ao qual o teatro está ligado gerencialmente, disse que os recursos usados nas obras foram resultantes da preocupação do governador Helder Barbalho e da vice-governadora  Hana Ghassan em qualificar ainda mais as atividades artísticas dos paraenses.

“Desde quando apresentamos o projeto de modernização do Margarida Schivasappa, o governador e a vice Hana Ghassan  deram sinal verde, autorizando  as obras da reforma e ampliação de alguns setores do teatro. O sentimento neste momento que temos é de plena realização das obrigações que assumimos  de incentivar e melhorar os espaços destinados às atividades culturais do Estado. Estamos ansiosos para reabrir o nosso teatro, certamente,  um templo da música popular e das artes cênicas no Pará, com um histórico admirável de acontecimentos artísticos em quase quatro décadas de existência. É, por exemplo, a casa de espetáculos mais adequada para a música popular, em termos de acústica e equipamentos, e que agora ainda retorna com ampliação no número de assentos e reforma estrutural completa. Trata-se de uma grandiosa casa de fomento e incentivo a nossa cultura paraense. Em relação à homenagem, justifica-se porque o Nilson Chaves é um compositor inteiramente dedicado à cultura do norte do País. É um aglutinador de ritmos e poéticas desta região, com canções que embalam a memória afetiva de diferentes gerações”, destaca o presidente da FCP, Thiago Miranda (Foto).

Obra estruturante

A obra de reestruturação do espaço foi completa.

Pisos em madeira deram lugar ao porcelanato; camarins foram modernizados; banheiros ganharam novos revestimentos e louças. As poltronas agora são mais confortáveis e modernas. Também houve obras no hall, sala de ensaio, sala da bilheteria e sala vip; troca do piso da sala de espetáculo para vinílico; troca das instalações elétricas da sonorização e iluminação, e instalação de revestimento acústico, nova porta acústica na área dos técnicos de iluminação e sonorização.

O projeto incluiu ainda novas luminárias no hall de entrada e sala VIP, portas de blindex, pintura geral, novo forro em gesso e outras melhorias.

Para o segundo andar foi projetado novo estúdio de gravação, que servirá à Fundação e, posteriormente, ao público. Outra mudança importante é na iluminação do teatro, que agora conta com lâmpadas de LED, em substituição às de filamento. Todos os equipamentos de iluminação e sonorização são digitais.

A obra contemplou ainda melhoria estrutural na acessibilidade. Agora há 518 lugares, sendo seis poltronas para pessoas com obesidade, seis para pessoas com mobilidade reduzida e oito lugares para cadeirantes. Na parte de trás do teatro também foi instalado um novo elevador para pessoas com deficiência (PcDs).

Programação cultural

Nesta sexta-feira, o show “Dança de tudo: uma homenagem a Nilson Chaves” reúne mais de 20 intérpretes, entre os quais as cantoras paraenses Andréa Pinheiro, Lia Sophia, Lucinnha Bastos e Nazaré Pereira, e de outros Estados, como Ceumar, Delia Fischer e Lucina.

Todos subirão ao palco para reverenciar a obra do cantor e compositor paraense Nilson Chaves, que também se apresentará na ocasião.

Toda a programação de reabertura do “Margarida Schivasappa” terá acessibilidade e ingressos serão trocados por alimentos não perecíveis, destinados às ações de solidariedade da FCP.

Além de sexta, a programação de reabertura do teatro prosseguirá no sábado (16) com dois espetáculos, para os públicos adulto e infantil. A companhia de teatro Palhaços Trovadores voltará aos palcos com “Musiclown”, enquanto o Grupo Experiência estreará “Belém-Bragança – Os trilhos da esperança”.

No domingo (17) será realizada uma programação em parceria com o Circuito Norte em Dança e a Cia. Blessed de Artes Cênicas. Sob a curadoria de Igor Marques, serão apresentados quatro espetáculos de dança, com a participação de grupos dos municípios de Belém, Ananindeua, Castanhal e Marituba.

 

36 anos de história

Situado no Centur, sede da Fundação Cultural do Pará (FCP), em Belém, o Teatro Margarida Schivasappa completou 36 anos em 2023 e passou por processo de renovação durante um ano, incluindo obras estruturais, aquisição de novos equipamentos e poltronas.

Ao longo dessa história de mais de três décadas, o espaço promove projetos de incentivo à cultura, oferecendo pautas gratuitas para músicos, atores e bailarinos.

Pelo palco já passaram companhias de bairros da periferia de Belém, alunos de escolas públicas e particulares, eventos de causas solidárias, grupos do interior, espetáculos de produção independente e outras manifestações artísticas.

Também já recebeu artistas reconhecidos do cinema e da dramaturgia, orquestras, grupos de dança, de teatro e de circo.

Quem foi Margarida Schivasappa?

Margarida Schivasappa foi professora de Canto Orfeônico, folclorista, membro da Academia Paraense de Teatro, diretora de teatro, carnavalesca e fundadora da Sociedade Paraense de Educação. Nasceu em Belém no dia 10 de novembro de 1895. Filha de Henrique Schivasappa e Corina da Costa Schivasappa, ela estudou no Instituto Carlos Gomes e, posteriormente, no Conservatório de Canto Orfeônico.

Aluna de Heitor Villa-Lobos e reconhecida por Bibi Ferreira, Margarida deixou grande contribuição à cultura do Pará e atuou decisivamente para o crescimento das artes cênicas na região Norte.

 

Teatro

16/12 – 16 h – Musiclown – Grupo: Palhaços Trovadores

20 h – Belém-Bragança – Os trilhos da esperança – Grupo: Experiência

Musiclown – Novo trabalho dos Palhaços Trovadores reúne músicas do cancioneiro popular e trovas criadas por um dos seus integrantes. A poética dos Palhaços Trovadores é inspirada nos folguedos populares sempre utilizados pelo grupo.

Belém-Bragança – Os trilhos da esperança – A estrada de ferro que ligou Belém à cidade de Bragança, no nordeste paraense, entre os anos de 1884 e 1965, foi planejada como projeto de integração entre as duas cidades, e também como oportunidade de ocupação das grandes extensões de floresta paralelas aos trilhos da ferrovia. O trem resultou em desenvolvimento econômico e cultural, permitindo que famílias abastadas enviassem seus filhos para estudar em Belém.

Muitas histórias nas quase nove horas de viagem entre Belém-Bragança-Belém levaram o diretor Geraldo Sales a contar, na linguagem teatral, uma viagem fictícia entre as duas cidades, a partir de narrativas coletadas entre quem teve a oportunidade de viajar pela ferrovia.

 

Dança

17/12 – 17 h – Raízes – Grupo: Dançarte e Polo Integrado Casa da Cultura – Marituba

18 h – Habitante-Criador – Grupo: Casa Ribalta – Ananindeua

19 h – Anauê Anassanduá – Grupo: Studio Alpha – Castanhal

20 h – Palhaço! – Alusão aos 200 anos do Brigue Palhaço – Grupo: Cia Attuô – Belém

Dança – Dançarte e Polo Integrado Casa da Cultura (Marituba) – Raízes

– O espetáculo de dança contemporânea “Raízes” narra a origem dos povos originários da cidade de Marituba, a partir de mitos que atravessam os saberes culturais da população.

– Casa Ribalta (Ananindeua) – Habitante-Criador – A proposição coreográfica “Habitante-Criador” é uma reflexão sobre habitar e criar dança em Ananindeua, a partir de um conceito da diretora artística da companhia Casa Ribalta, Mayrla Andrade. O espetáculo conjuga os processos da Tríade Ananin – três obras coreográficas já realizadas sobre a cidade de Ananindeua, intituladas Florescer, Ilhas e Retratações.

– Studio Alpha (Castanhal) – Anauê Anassanduá – O espetáculo convida os espectadores à reflexão e à afirmação da identidade popular amazônica.