Durante visita a Tailândia da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa, os parlamentares foram escoltados por homens armados da Polícia Militar, mas nenhum distúrbio foi registrado. Para o deputado João Salame, presidente da Comissão da Alepa, a reunião teve como resultado uma agenda positiva, com propostas concretas para enfrentar a crise. O encontro também contou com a participação de deputados federais do Pará ligados à Comissão de Meio Ambiente da Câmara Federal.
Mais de 150 lideranças do setor produtivo do município compareceram à reunião. Francisco das Chagas, presidente do Sindicato de Trabalhadores da Indústria Madeireira ressaltou que as madeireiras e carvoarias do município empregam hoje mais de cinco mil pessoas. Duas mil já foram dispensadas. “Agora ainda temos um prato de comida, mas a partir da próxima semana, sem os salários de fevereiro, como vamos sobreviver?”. Francisco afirmou que os trabalhadores não querem políticas assistencialistas, mas dignidade e emprego para cuidar das suas famílias.
João Medeiros, presidente do Sindicato da Indústria Madeireira, afirmou que o setor florestal é responsável por 70% da economia do município. “Temos 40 projetos apresentados na Secretaria Estadual de Meio Ambiente, mas a SEMA nunca liberou projeto de manejo em Tailândia”, disparou. Adolfo Filho, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, considerou desnecessário e exagerado o aparato policial instalado na cidade.
Em todos os pronunciamentos, uma unanimidade: a fiscalização deveria ter vindo depois de políticas públicas para legalizar o setor. Produtores e trabalhadores também criticaram a burocracia e a morosidade dos órgãos públicos, como Incra e Iterpa, que não têm nenhuma unidade no município.
A partir das sugestões coletadas durante a reunião, o deputado João Salame vai apresentar para o Governo do Estado uma agenda positiva de forma a agilizar a solução da crise em Tailândia. Ele afirmou que “o Estado historicamente tem empurrado o setor produtivo para a ilegalidade” e enumerou algumas medidas que podem ser implementadas para ajudar nessa legalização.
Entre essas medidas, estão o micro-zoneamento ecológico-econômico, regularização fundiária, revisão da área da reserva legal, liberação dos planos de manejo e incentivo para o reflorestamento. “Sem essas medidas, não há força policial que possa conter o avanço sobre a floresta”, concluiu.
Participaram também da reunião os deputados estaduais Joaquim Passarinho, Gabriel Guerreiro, Josefina Carmo e Carlos Bordalo, além dos deputados federais Zé Geraldo, Asdrúbal Bentes, Wandenkolk Gonçalves e Nilson Pinto, que é o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos deputados.
Deputado Carlos Bordalo anunciou que o Governo estuda ações emergenciais para minimizar a crise em Tailândia. Segundo o deputado, quatro medidas já estão confirmadas: criação de um grupo de trabalho para agilizar a liberação dos planos de manejo; um programa de qualificação dos trabalhadores na Escola de Trabalho e Produção; o Programa Pará Rural que terá como pólo o município de Tailândia, e o acesso amplo aos programas sociais do Governo, como seguro-desemprego, Bolsa Família e Bolsa Trabalho.
João Salame
1 de março de 2008 - 16:24Meu caro Acrísio
Não faço e não fiz coro com quem atua na ilegalidade. Se você esteve presente na reunião de Tailândia deve ter ouvido o que eu disse. Se não, pergunte a quem esteve. Inciei dizendo que não é possível tolerar a ilegalidade nem em nome da geração de empregos. Caso contrário teríamos que concordar com a plantação de maconha, por exemplo, para se gerar empregos.
O que disse e reafirmo é que polícia não é o suficiente para resolver o problema. Até porque o Estado não tem polícia nem para enfrentar os bandidos nos grandes centros urbanos. Não os terá para enfrentar os milhões de amazônidas que devastam a floresta em busca da sobrevivência, manipulados por uma minoria de empresários incescrupulosos.
O único caminho é apostar no reflorestamento. Crédito farto, micro-zonemaneto econômioco ecológico e regulariação fundiária. O resto é pirotecnia para atender uma demanda internacional.
Como presidente da Comissão de Meio Ambiente não pdoeria deixar de ir a Tailândia ouvir a todos. Como temos feito com diversos segmentos antes dessa crise estourar. Agora mesmo estamos tentando contratar o Imazon para nos assessorar na elaboração de uma agenda positiva que superer esse dilema geração de empregos/preservação. Oxalá consigamos.
Respeitosamente
João Salame
Anonymous
29 de fevereiro de 2008 - 02:20É uma pena que os presidendete das Comissões de Meio Ambiente da Assembléia e da Câmara, façam coro com o madereiros ilegais. Tem muito tempo que a agenda ambiental está sendo negligenciada e se desde o inicio os madereiros estivessem plantando isto não estaria ocorrendo.
Acrisio José, daqui de Tailândia mesmo.