O poster tem acompanhado de perto esforços da prefeitura e Justiça para dar fim ao estresse social que vinha elevando a temperatura em diversos bairros de Marabá, originários dos movimentos de invasão.
O clima de confronto entre proprietários das áreas ocupadas e moradores, sob constante ameaça de reintegração de posse, sinalizava o pior. Havia risco até de mortes, caso o conflito continuasse ganhando contornos de guerra urbana.
O blog festejou muito quando divulgou a possibilidade de estar havendo solução para o problema.
O processo de pacificação das áreas invadidas em Marabá começou em outubro, do ano passado, quando o prefeito Maurino Magalhães declarou área de interesse social parte de imóvel do pecuarista Aurélio Anastácio, invadido desde 2005.
Em verdade, nunca o poder público municipal havia priorizado o enfrentamento da sempre problemática questão fundiária urbana.
Em dezembro de 2010, outra área invadida também teve seu interesse social declarado pela prefeitura, no Diário Oficial – o bairro Jardim União, um dos mais problemáticos da cidade, ocupado havia doze anos.
As duas medidas, por si, não cessaram a pressão dos proprietários, pedindo a todo custo reintegração de posse. Uma delas, a de São Miguel da Conquista, teve parte de sua ocupação retirada pelo juiz César Lins, que pessoalmente comandou a operação.
Os proprietários queriam preservar, no bojo do interesse social normatizado pelo prefeito, garantias de que seus imóveis seriam realmente indenizados.
O conflito só chegou a um final feliz quando o prefeito Maurino Magalhães teve longa conversa com o juiz César Lins, no início deste ano, propondo um tipo de negociação em que a prefeitura, invasores e proprietários – com homologação pela Justiça -, firmassem compromissos de garantias de comercialização dos lotes.
Do encontro de ambos, surgiu a festejada homologação, pela Justiça, do Termo de Ajuste e Acordo
Marabá pode estar despontando como o primeiro município a utilizar o modelo homologado para pacificar demandas históricas.
Levantamento socioeconômico realizado pela Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU) definiu o valor de cada lote a ser quitado pelo morador, havendo a obrigatoriedade de todos os requerentes se enquadrarem nas exigências do acordo, para assinatura do contrato de compra e venda com os proprietários da área.
Famílias com renda de um a dois salários mínimos, o preço do terreno é de R$ 9 mil, pagos em 120 parcelas de R$ 75,00.
Família com renda de dois a quatro salários mínimos, preço do lote foi fixado em R$ 17 mil, pagos em 96 parcelas de R$ 177,08; e, de quatro a seis salários, valor de R$ 21 mil, pagos em 84 parcelas de R$ 250,00.
Quem tiver renda mensal acima de seis salários, o preço será estabelecido mediante negociação direta com o proprietário. Todos os lotes incluídos no acordo possuem dimensão de 10 a 12,50 metros de frente por 25 metros de fundo.
Morador sem nenhum tipo de renda, está isento do pagamento de seu lote.
Félix Marinho, advogado de Aurélio Anastácio, reconhece o acordo como “um bem para todos, além de sinalizar seguro passo na solução do processo de regularização fundiária da cidade”.
A partir desse processo de pacificação e regularização, o poder público pode aplicar recursos em obras de infraestrutura dos bairros invadidos.
A participação do juiz César Lins foi fundamental para a definição do acordo.
O modelo referendado por ele foi apresentado pelo próprio durante o Fórum sobre Regularização Fundiária do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), realizado esta semana em Marabá.
A primeira etapa de indenização e documentação das áreas em litígio certamente conduzirá o município a combater o grande mal originário desse processo instável: a favelização da cidade.
Claudia Macedo
24 de março de 2011 - 09:36Hiroshi muito obrigado pelos esclarecimentos.
Virgílio Ribeiro
23 de março de 2011 - 23:04O processo de regularização fundiária de Marabá é muito bem vindo, só contesto esse modelo porque a forma como foi feito teve como único objetivo beneficiar os proprietários, pois se fosse feito uma avaliação pela caixa econômica no valor da terra nua, isso é: antes dela ter recebido a urbanização e valorização pós posse dos atuais moradores que a tornaram terra urbana e não rural como era, que valor teria um hectere dessa terra? a que preço sai um hectare de terra nesse tipo de avaliação por lote, mesmo para aqueles que vão pagar o menor preço? com certeza a medida veio beneficiar muito mais os proprietários e não os mais pobres. Em futuro proximo eles venderão seus lotes porque não terão condições de pagar essas prestações, porque a camada humilde da nossa cidade muitas vezes não tem recursos nem para pagar um butijão de gas para esquentar o leite dos filhos, com certeza não terão para pagar um lote a um preço de um loteamento.
Anônimo
23 de março de 2011 - 18:23hiroshi o ministro Fux votou. A lei do Ficha Limpa só vale pra 2012.
Poisé é, das 18:23. Acompanhei a votãção trabalhando aqui na empresa. Um retrocesso.