A Justiça Federal no Pará condenou, no último dia 07, seis pessoas por furto de senhas bancárias na internet. A prisão dos acusados pelaPolícia Federal foi realizada no caso conhecido como “Control AltDel”, que teve início em dezembro de 2006.
Os condenados são Luís Carlos Gonçalves Siqueira – total de 12 anos e 9meses em regime inicial fechado , Antônio Carlos de Souza Lima – 08anos e 08 meses em regime inicial fechado, Ricardo Castro Marinho – 6anos de reclusão em regime inicial semi-aberto, Genilson Gomes da Souza- 07 anos e 2 meses em regime inicial semi-aberto, Marcos Helder DantasFigueiredo – 07 anos e 03 meses em regime semi-aberto e ChristianoRichardson Coutinho Nunes – 07 anos e 02 meses em regime inicialsemi-aberto.
Além das reclusões, o juiz determinou que fossem remetidos à União osequipamentos de informática (CPUs, modems, CDs, pen drive, CD-ROM,disquetes, chips), aparelhos celulares, todo o dinheiro apreeendido e umveículo obtido por Genilson Gomes de Souza com o dinheiro dos crimesDenúncia – Os acusados foram denunciados pelo Ministério PúblicoFederal no Pará no final de dezembro de 2006. Segundo a denúncia, obando utilizava basicamente três mecanismos para efetuar o“pishing”, termo que designa a “pesca” (fishing) dassenhas (passwords) bancárias de usuários da internet.
A primeira estratégia da quadrilha era espalhar por meio da internet oprograma de computador conhecido como “Cavalo de Tróia” ou“trojan” , que capturava informações pessoais das vítimas quandoabertos nos aparelhos infectados e as repassavam para o e-mail daorganização criminosa.
Outro mecanismo de atuação era o envio de e-mails com mensagensameaçadoras ou que anunciavam supostas dívidas da vítima com o Serasa. Nas mensagens, a quadrilha pedia dados bancários do usuário,como senha e número da conta.
O último estratagema conhecido da quadrilha era a criação de páginas “clones” sobre as páginas virtuais de instituições bancárias. Osusuários eram direcionados para essas páginas falsas ao tentar acessaros endereços originais por meio de provedores infectados.
Ainda segundo a denúncia do procurador da República José Augusto TorresPotiguar, havia certas hierarquias dentro da organização:
1) os programadores, figuras centrais e responsáveis pela criação,manutenção e atualização dos trojans, das páginas “clones” e peloenvio das mensagens eletrônicas. Os criminosos recebiam de cinco a seismil reais pela venda dos programas;
2) os usuários, que utilizavam diretamente os trojans, emitindodiariamente milhares de mensagens virtuais e coletando os dados furtadosdas vítimas;
3) os “biscoiteiros” ou “carteiros”, encarregados de adquirir cartões eboletos bancários bancários para serem utilizados na transferênciafraudulentas do dinheiro;
4) e, por último, os “laranjas”, pessoas que “emprestavam” suas contasbancárias, voluntariamente ou não, como depósito para os créditosfurtados, ou entregavam boletos de pagamentos para a quadrilha. O bandodepositava os débitos dos “laranjas” na conta corrente de vítimas, querecebiam uma certa quantia pelo serviço.
Dos seis acusados, apenas Luís Carlos Gonçalves Siqueira e AntônioCarlos de Souza Lima atuavam como “usuários”. Os outros eram“carteiros” dentro da organização.
Fonte: Assessoria de Comunicação PRF