Depois dos Estados Unidos reabrir o mercado para comprar carne do Brasil, o Estado do Pará vai demorar a ser impactado pela possibilidade de exportar carne in natura àquele país.
O problema é logístico.
O Estado não possui ainda um frigorífico habilitado a exportar para o mercado norte-americano, que suspendeu a compra do produto brasileiro no ano de 2017 depois de detectar acúmulo de pus na carne produzida no Brasil.
As inflamações que impediu a exportação aos EUA estariam relacionadas com uma reação dos bovinos à vacina contra o vírus da febre aftosa.
A pasta da agricultura alterou o medicamento e diminuiu a dose, medida que entrou em vigor no ano passado.
Desde então, o Brasil passou a receber auditorias do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e havia a expectativa em torno da reabertura do mercado.
Ao longo de todo o ano passado, de acordo com dados divulgados pelo Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), os produtos não tradicionais alcançaram a casa dos US$ 665,2 milhões em valor exportado no Estado.
Atrás da soja, com US$ 526,4 milhões, aparece a carne bovina, com US$ 273,5 milhões, e os bovinos vivos, totalizando US$ 224,8 milhões.
Os maiores compradores desses produtos são a China, Hong Kong, Iraque e Marrocos.
Segundo Gil Reis, integrante da Associação Brasileira dos Exportadores de Gado (Abeg), o Pará é um grande exportador e tem um rebanho muito grande. “O Estado é um tradicional exportador de carne e bovinos vivos para o resto do Brasil e exterior, além de outros produtos do agronegócio, no entanto, ainda não há no Estado um frigorífico habilitado para exportar aos EUA”, disse.