Com facões e foices, 250 pessoas invadiram no inicio dessa semana a sede da fazenda Pioneira até a área da Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN), criada com autorização do IBAMA. Funcionários da Carajás Florestal, empresa do Grupo COSIPAR, foram ameaçados e expulsos da Fazenda Pioneira, no município de Marabá, enquanto trabalhavam no reflorestamento da área.
Parte dessa área total de 4800 hectares, inclusive a que pertence a RPPN, começou a ser desmatada e explorada ilegalmente pelos invasores que seriam ligados ao Sindicato do Trabalhador Rural de Marabá. “Boa parte dos 2,200 hectares já está plantado. Essa invasão pode destruir um trabalho de anos em prol da sustentabilidade de nosso negócio. Essas pessoas são os verdadeiros criminosos ambientais: pessoas que invadem, roubam e desmatam. Nos esforçamos muito para cumprir com o planejamento da sustentabilidade. Nosso plano de reflorestamento já foi muito prejudicado no passado pela invasão da Fazenda São Jose. O poder público foi muito tolerante no passado. Esperamos que dessa vez as decisões sejam diferentes e justas”, explicou Luis Fernando Mariano Monteiro, diretor de Sustentabilidade e Planejamento Estratégico, do Grupo COSIPAR.
A área é utilizada para manejo, reflorestamento e produção de carvão vegetal a partir de eucalipto. Parte do carvão utilizado na produção de ferro-gusa na Companhia Siderúrgica do Pará (Cosipar), em Marabá, vem da Fazenda Pioneira. Mas a perda de fornecimento de biomassa legal para a siderúrgica não é o único problema. A invasão ameaça o desemprego de 80 trabalhadores que têm carteira assinada e benefícios que atingem a eles e aos seus familiares. “Estamos falando de no mínimo 320 pessoas afetadas. Os prejuízos podem chegar a mais de R$ 12 milhões”, disse Luis Fernando.Não é a primeira vez que o Grupo COSIPAR vive uma situação como essa. Em 1994, a fazenda São José, também da empresa, foi invadida pelo MST. A área tinha 19 mil hectares destinados a reflorestamento e manejo florestal. Durante 13 anos, a Cosipar exauriu todas as vias administrativas e legais aguardando uma decisão do INCRA sobre o pedido de reintegração de posse. Em 2007, a justiça determinou a desapropriação da área. A lentidão e indefinição do processo prejudicaram gravemente o andamento do programa de reflorestamento da empresa, cerca de 50% da necessidade de biomassa da Cosipar sairia dessa área.O Grupo COSIPAR já comunicou, oficialmente, todos os órgãos competentes sobre a invasão e espera uma posição imediata para evitar o desmatamento de uma Reserva de Patrimônio Natural. “Estamos fazendo a nossa parte. Reflorestando milhares de hectares para alcançar a sustentabilidade de nossa produção. Não podemos permitir que um grupo de invasores destrua com facões e enxadas um trabalho de anos”, disse Luis Fernando.
Fonte: Danielle Redig -, Assessoria de Comunicação do Grupo COSIPAR