
Um crime contra o patrimônio ambiental da região está sendo praticado nas dependências do antigo Colégio Santa Terezinha.
Parte da mata ciliar, e espécies plantadas pelas irmãs dominicanas, religiosas fundadoras do saudoso estabelecimento educacional, foram jogadas ao chão.
A devastação começou pela parte frontal de acesso do imóvel.
Informação que se tem nas cercanias da ex-escola é de que a pessoa que comprou a área pretende construir grande empreendimento no local.
A prefeitura de Marabá, através da secretaria de Meio Ambiente, teria emitido alvará de construção, autorizando a devastação da mata.
O crime em execução, na verdade, é um ato de agressão não apenas à natureza, mas a prática da barbárie contra a história educacional de Marabá.
Quem estudou naquele estabelecimento de ensino carrega na memória somente boas lembranças do cenário de verde florestal que caracterizava a vida em seu entorno, permitindo o desenvolvimento da vida estudantil num ambiente de paz, no meio da floresta.
Destruir a mata do antigo colégio é destruir a memória de um tempo no qual o respeito ao meio ambiente vinha de berço.
Pior é saber que a autorização para a destruição da mata tenha saído do seio de uma administração que tem grande parte de seus membros nascidos na cidade, e a iniciativa solicitada pelo próprio proprietário, segundo consta, um engenheiro marabaense.
Tião Miranda, dedicando parte de seu tempo como prefeito atual do município ao tratamento de uma depressão, pode não ter tomado conhecimento ainda do crime que está sendo executado.
Segundo consta, Miranda tem de mantido um pouco distante do dia a dia da administração, cuidando de sua saúde – medida que deve ser realmente priorizada. Só que seus auxiliares diretos, entre eles o secretário de Meio Ambiente, tem a obrigação de se pautar em decisões que não atentem contra a história do município – e a autorização para a derrubada da mata do antigo colégio é um desses desserviços que nem o pior dos governos deveria permitir.
Até o presente momento, Ministério Público não se manifestou sobre o crime ambiental, embora a devastação esteja sendo feita a poucos metros da sede do parquet.
O corte das árvores está sendo alvo de críticas nas redes sociais.
Todas as manifestações condenam o proprietário da área, e, mais ainda, a prefeitura de Marabá.
Post publicado por Helcio Oliveira, no Facebook, é um exemplo de como o crime ambiental está atingindo também a idoneidade da atual gestão de Marabá.
Abaixo, teor do que o rapaz publicou, seguido de centenas de comentários

UM CRIME CONTRA A NATUREZA E A HISTÓRIA DE MARABÁ!
Quando a gente pensa que, em pleno século XXI, o homem já evoluiu o suficiente para não só respeitar a natureza, como também não colocá-la em risco, eis que a mente capitalista, selvagem e especulativa de algumas pessoas nos mostra justamente o contrário. Vejam só o crime que estão cometendo com a bela área verde que cobria o local onde outrora funcionou o tradicional Colégio Santa Terezinha, que vivenciou uma época importante na trajetória educacional de Marabá. Com o beneplácito, por sinal bastante suspeito, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, seu proprietário está promovendo este espetáculo deprimente, que atenta contra os princípios básicos da consciência ecológica, a qual deveria prevalecer sobre a especulação imobiliária e outros interesses econômicos. Penso que este local, pela sua importância histórica, deveria ser preservado, podendo ali ser criado um pequeno parque ecológico ou uma espécie de mini Jardim Botânico, bastando para isso que o responsável tomasse a iniciativa de recorrer ao poder público, ou tentasse fazer parcerias com instituições que têm inúmeros projetos na área ambiental, inclusive com recursos externos, para manter esse inestimável patrimônio natural e até mesmo gerar a renda que talvez ele tanto esteja almejando. Porém, ao contrário, preferiu o caminho da destruição, sem a mínima consciência do valor que esse local tem para as várias gerações que estudaram nesse tradicional educandário e que está incorporado à própria história do município. A imprensa e órgãos de defesa da cidadania, como ONGs e o Ministério Público, já foram alertados para tentar conter esse crime ambiental e, pelo menos, salvar o que ainda resta da vegetação. A história e a natureza, sempre indefesas e cruelmente agredidas, penhoradamente agradecerão.
Por Helcio Oliveira
Aurenice Ribeiro de Oliveira
24 de junho de 2018 - 14:28Lamentável perder um patrimônio histórico como o Santa Teresinha!
francisco
6 de março de 2017 - 17:30Fico Vendo que aprece um inospito pra fazer a defesa. Quanto voce estar ganhando pra isso Anderson Costa?? Isso é uma absurdo o que estao fazendo…. Tiao estar em depressao, devido tanto dinheiro que foi desviado nosso atraves de uma grande empresa…Que todo mundo sabe… E por isso que nao tenho pena DELE….Que Raiva… Que nojo dessa administraçao!
francismeire
6 de março de 2017 - 16:51Apesar de estar há mais de trinta anos fora, o Santa Teresinha é uma das recordações especiais que tenho da minha terra. Causou-me profunda tristeza esta notícia. Tenho certeza que os marabaenses mundo a fora tem um carinho especial por esse lugar tão mágico e representativo de nossas belas memórias. Quem poderá impedir esse ato insano?
Anderson Costa
4 de março de 2017 - 09:36Por causa de lembranças a evolução não irá chegar?
Outras pessoas precisam estudar e dependerão dos empregos que serão gerados.
Se realmente houvessem pessoas preocupadas, tetiam iniciado, antes do novo proprietário, uma legalização de reserva.
Não adianta ter uma reserva isolada na cidade. A cidade deve ser arborizada e por isso se deveria estar lutando.
Aqui no nosso bairro a arborização já começou com a ajuda da prefeitura.
carlos prado vargas
3 de março de 2017 - 20:46estudei nesse colégio no ano de 1975 a 1977……quarta, quinta e sexta serie…..saudade daquele tempo e dos amigos que tive nesse lugar…..saudade da irmã Teodora (era brava..kkkk).. e a irmã Ana Rita….
Joseane Maria Santos Soares de Aguiar
22 de dezembro de 2020 - 00:50Achei muito interessante essa reportagem de Hiroshi Bogéa! Estava aqui vasculhando na internet alguma coisa sobre esse patrimônio cultural e ambiental que foi o Santa Teresinha . Queria mesmo era achar a lista de colegas do ensino médio , o tombamento da escola, coisas desse tipo que trouxesse recordações mais humanas. Me deparei por essa magnífica manifestação de um grande jornalista da nossa terra em uma alerta fervorosa para a preservação de um bem que um dia foi referência para ricos e pobres receberem um ensino de qualidade . Muitas lembranças boas ficaram , é mesmo lamentável que pessoas que também se intitulam filhos de Marabá , porém não tem o Espírito patriota e não tão pouco humanizador para preservar um bem que não era só privado , mas público porque tem a nossa história arraigada em cada raiz que foi arrancada para levantar a selva de pedra não desejada . Parabéns Hiroshi . Foi inevitável porque a hierarquia e o capitalista ainda comanda nessa terra . Mais a sua atitude foi de herói! Apagam se a memória natural , mas nunca aparam das nossas mentes a história linda e o significado que o Colégio das Freiras como era chamado significou e ainda significa para nós e nossos filhos .
Noelma Freitas
3 de março de 2017 - 15:10Nossa que tristeza! Estudei nessa escola do sexto ao nono ano nos anos 90. É uma pena ver tudo destruído, me tornei bióloga e me entristeci ainda mais de ver as matas onde corríamos e brincávamos sendo devastada! Uma pena!
Rafael Scherer
3 de março de 2017 - 15:08Lamentável o que fizeram com essa escola desde sua privatização. Estudei 10 anos e até hoje não há nenhuma escola como o Santa Terezinha.
Maria
3 de março de 2017 - 09:02Estudei nesse colégio todo o ensino médio. Lugar maravilhosoooo. Um absurdo o que estão fazendo.
STHEFANE BARRETO MALAQUIAS
3 de maio de 2022 - 12:50Gente uma pena e muito triste tudo isso. Eu amei estudar nesse Colégio. A Diretora Solange na época era muito bacana e a irmã Terezinha tão atenciosa. Pulei muito o muro quando chegava atrasada, ou quando queria fugir kkkkkkk. Descia até o final da escola, tropeçando nos cocos espalhados pelo chão, quase caindo.