A região de Carajás, no norte do Brasil, tem o potencial de se tornar uma das maiores produtoras de cobre do mundo na próxima década, de acordo com David Strang, CEO e diretor da Ero Copper.
Atualmente, a Vale opera na região há mais de 50 anos, concentrando-se na produção de minério de ferro no complexo mineral de Carajás/Serra Norte, que é a maior mina de minério de ferro a céu aberto do mundo, com uma produção anual de 150 milhões de toneladas (Mt).
Para Strang, a crescente demanda por minerais como o cobre e o níquel, devido às tecnologias limpas, representa uma oportunidade única para Carajás.
Ele destaca que a região é um dos maiores distritos minerais do mundo, com um enorme potencial ainda pouco explorado, principalmente devido à presença dominante da Vale.
O Brasil produziu 99,5 Mt de cobre em 2021, sendo o 8º maior exportador mundial, representando apenas 1,6% do metal extraído globalmente. Grande parte das jazidas de cobre do Brasil está localizada em Carajás, com um total estimado de 27,34 Mt de metal contido.
O Projeto Tucumã da Ero Copper, localizado na Província Mineral de Carajás, está em construção e deve entrar em produção no segundo semestre do próximo ano, adicionando 326.000 toneladas de cobre recuperado ao longo de uma vida útil inicial de 12 anos.
Carajás
A Vale, por sua vez, opera suas principais minas de cobre em Carajás, com destaque para a mina de Sossego, localizada no município de Canaã dos Carajás, com capacidade de produção anual de 93 mil toneladas de cobre metálico em concentrado.
A empresa também opera a mina de Salobo, em Marabá, sudeste do Pará, que possui uma reserva mineral de 1,15 bilhão de toneladas de cobre, sendo a maior jazida de cobre do Brasil.
A Vale recentemente fez acordos para vender uma participação de 13% em sua unidade de metais básicos por US$ 3,4 bilhões para a Ma’aden da Arábia Saudita e para a empresa norte-americana Engine No. 1, como parte de sua estratégia para valorizar seus ativos de níquel e cobre. Strang destacou a qualidade do portfólio de projetos de cobre não desenvolvidos da Vale e observou que o investimento com os sauditas será interessante de se acompanhar.
Além disso, o executivo-chefe da Ero Copper também enfatizou a oportunidade de produzir produtos premium no Brasil, devido aos altos índices de energia renovável no país, que responde por quase 7% da produção de energia renovável mundial. Strang acredita que, se os projetos forem desenvolvidos, o Brasil poderá se tornar um dos 10 maiores, e talvez um dos cinco maiores, produtores de cobre do mundo. (Foto: Reprodução)