– “O Ministério Público está boicotando o meu trabalho”.
Diz o juiz César Lins, devolvendo a bola.
– “Mais uma vez estamos sendo usurpados das nossas prerrogativas e garantias funcionais”.
Responde a promotora Daniela Moura.
A razão, a população de Marabá não sabe com quem está. A realidade, no entanto, é vista por todos com ar de preocupação, descrença nas instituições e a resignada revolta de uma sociedade que assiste a mais uma anulação de outro júri e a liberação do segundo réu, em menos de 15 dias, sem julgamento.
O júri que seria realizado ontem, para julgar Ivo Costa por ter matado a facadas um rapaz na região das Olarias da cidade, foi suspenso quando todos os personagens (juiz, promotores, corpo de jurados, acusado, e o distinto público) já se encontravam nas dependências do auditório da secretaria de Saúde.
Abre parênteses
Os júris de Marabá deixaram de ser realizados no auditório do Fórum em conseqüência do prédio da Justiça encontrar-se fisicamente condenado por má gestao durante construção da obra.
Fecha parênteses
Frigindo os ovos: designada para atuar na condenação de Ivo Costa, a promotora Alexssandra Muniz (3ª Promotora de Justiça), alegando problemas de saúde, pediu para ficar fora, indicando, todavia, a colega Fábia Lima. Como não havia autorização por escrito da Procuradoria Geral de Justiça designando a promotora substituta, o quiprocó foi formado, sob alegação do juiz de que se fazia necessário a portaria da PGJ juntada aos autos.
Durante alguns minutos, formou-se bate-boca entre promotores (além de Fábia , uma colega a acompanhava, a promotora Francisca Suênia.) e o juiz, com este alegando que o erro começava com a representante natural do MP (Alexssandra Muniz) não se fazer presente no local para justificar sua ausência.
Foi ai que apareceu um novo personagem, em pleno auditório, ao sentir que o júri não se realizaria.
Fábio Alves de Sousa, irmão da vítima, aos gritos, passou a pedir pela realização do júri. “Vocês precisam resolver suas desavenças em local fechado, e não aqui à frente de todos nós”, bateu forte o rapaz. Sem sucesso.
Antes de apagar as luzes do palco, o juiz César Lins dirigiu-se ao auditório:
– “O Ministério Público é o responsável pela não realização deste júri”.
Sem palmas, mas profundamente indignados, populares deixaram o ambiente.
wandinha de acara
26 de janeiro de 2012 - 11:40preciso entrar em contato com o juiz cesar lins
Anonymous
7 de novembro de 2008 - 17:23Bogea, tenho uma ideia: como essa guerra de vaidades a nada conduz e considerando que os promotores e juizes sao pagos para trabalhar, que tal a imprensa ir ao Ministerio Publico e ao Forum verificar porque os processos nao andam? Para fazer isso é muito simples, basta ver quantos processos estao pendentes de conclusao por juiz e por promotor. Dessa forma, a sociedade de Maraba vai saber quem está trabalhando ou não. E ai assim, exigir a resolucao de tudo isso, com apuracoes por corregedorias ou conselhos nacionais em Brasilia. Todos aguardam providencias e a imprensa é nossa porta voz. Se tem muito preso provisorio em Maraba, é sinal de que os juizes ou os promotores estao trabalhando menos do que deveriam. Espero que a imprensa nos tire essa duvida.
Hiroshi Bogéa
5 de novembro de 2008 - 12:56Caríssimo Juiz:
inicialmente,agradecimentos do blogger pela forma educada e pontual do comentário. Demorou, mas veio. Prova de que o Meritíssimo não discute o contraditório no processo democrático.
Coment’rio está indo à ribalta.
Volte sempre.
Abs
Lins
5 de novembro de 2008 - 04:04Prezado Colunista.
É com muito respeito que aceito e agradeço as críticas negativas e positivas, pois isto é exercício da Democracia.
Todos os sete júris foram marcados para dezembro, incluíndo os que não foram feitos.
Não vou dizer quem está certo ou errado, mas convido o Senhor para participar dos eventos e formar sua própria convicção. Todavia, abandonar o plenário não se justifica de forma alguma!A OAB e seus advogados militam diariamente na Comarca, e ninguém melhor do que eles para se manifestarem sobre o trabalho de um juiz. Hoje, apenas para esclarecer, estou julgando réus em 4 a 6 meses da data da prisão.
Quanto a crítica de Novo Progresso, ali realmente é um local de desordem total, onde tive que agir com pulso firme para não ser expulso da Cidade como aconteceu com o último juiz e promotor, dando-se um desconto ao anonimo postante..rss… Mas como dizia o poeta: “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é…”
Abraços fraternais
Do seu leitor assíduo
César Dias de França Lins
Anonymous
26 de outubro de 2008 - 10:13HIROSHI,
ESTE MP REALMENTE É MUITO VERGONHOSO PARA MARABÁ.
UMA PROMOTORA QUE CUIDAVA DO CASO E O TINHA PLENAMENTE ESTUDADO O PROCESSO, SIMPLESMENTE SOME SEM DAR EXPLICAÇÕES PLAUSIVEIS E DESREIPEITO A POPULAÇÃO DE MARABA, SEUS FAMILIARES E AO MAGISTRADO.
ACHO QUE O JUIZ ESTÁ SOFRENDO DE UMA PERSEGUIÇÃO DOS UNIDOS PROMOTORES DE MARABA QUE NÃO TRABALHAM EM SEUS CASOS E VIVEM DESPREZANDO A NOSSA CIDADE POIS A MAOIRIA É DE BELEM E NÃO GOSTA DAQUI.
VIVEM PEDINDO TRASFERENCIA.
PARA MIM O MP ESTA EM CHEQUE.
DE ULTIMA HORA OUTRO PROMOTOR É SUBSTITUIDO. ELE NAO É SUPERDOTADO PARA DEPURAR O PROCESSO EM HORAS!!!
GILMAR RIBEIRO DE MARABÁ
Hiroshi Bogéa
24 de outubro de 2008 - 15:56Borja, fica registrada a observação.
Abs
Hiroshi Bogéa
24 de outubro de 2008 - 15:559:09 AM, se o abaixo-assinado estiver passando mesmo de mão em mão, a Subseção atiça mais lenha na fogueira. No mínimo, cria embaraços numa relação que deveria ser de mão dupla, indo e vindo: advogado + juiz + MP.
Anonymous
24 de outubro de 2008 - 15:06bogéa, verifique com tuas fontes a passagem desse juiz por Novo Progresso, qual a lembrança da população do mesmo, a informação aqui em Itaituba é que ele vivia ameaçando da prender as pessoas, até mesmo na padaria da cidade, se o cidadão estacionava o carro errado, imagine? e que ele era porque era juiz, não me espanto de suas atitudes aí em marabá
Raimundo Borja
Anonymous
24 de outubro de 2008 - 12:09E a Subseção da OAB, alheia às suas responsabilidades, manda seus prepostos passarem abaixo-assinado em favor do Juiz.Parece coisa de Grêmio Estudantil.
Ao que parece, os advogados de Marabá já tem um lado nesse palco de horror: o Ministério Público
Anonymous
24 de outubro de 2008 - 01:10E o queé pior é que esse tipo de atitude vem de pessoas que deveriam ter o mínimo equilíbrio emocional para exercer as atribuições dos cargos aos quais se encontram investidos. A regra básica da boa convivência jurídica, onde o embate deve ficar nos autos, parece que não foi apresentada a esses profissionais nos bancos da Faculdade ou mesmo que tardiamente, no exercício da profissão. Qual a moral desses profissionais, desses e dos que “protagonizaram” o penúltimo Tribunal do Júri, para pedir ordem em algum recinto, denunciar um cidadão por crime de injúria, ou apresentar uma ação de improbidade contra um servidor que agrediu um colega no recinto da repartição? E a sociedade, já tão penalizada, é que paga a conta de réus confesso soltos, e literalmente, de Júris adiados, remoção de presos inúteis etc. Sinceramente, se essas pessoas, se atendo ao trabalho, sem perder tempo com intriguinhas, perseguições e “birras” não já têm desenvolvido um trabalho de qualidade, no que diz respeito ao andamento célere dos feitos, não quero nem imaginar o que vai acontecer daqui para frente.
Chega relamente a ser lúdico um magistrado vir a público dizer que o motivo de tudo é que ele não gosta da Promotora e essa não gosta dele, tenha paciência, e não se pode nem falar que é falta do que fazer…
Anonymous
23 de outubro de 2008 - 20:56O problema dos juízes e promotores é que se acham deuses e semi-deuses.
Hiroshi Bogéa
23 de outubro de 2008 - 20:34De capa preta, Arruda.
Juvencio de Arruda
23 de outubro de 2008 - 19:20É o horror, Bogéa.
Anonymous
23 de outubro de 2008 - 18:22Apelar pra quem então, pro Papa?
Luís Sodré
Marabá
Anonymous
23 de outubro de 2008 - 17:27Justica em Marabá nao existe.
Qual foi o desenrolar do julgamento em que o pistoleiro acusou em público de ser a ex-deputada mandante do crime??
Lembro que esta mesma justica absolveu o matador de crianca no KM 07.
A unica justica que funciona em Marabá e aquela em que a corporacao se sentido atingida apanhou o marginal em sua casa e o degolou vivo fazendo justica por conta própria e a sociedade hipócrita calou-se.
Anonymous
23 de outubro de 2008 - 17:18Bogéa, ai está mais um exemplo da CERTEZA DA IMPUNIDADE, enquanto perdurar essa certeza, com certeza, jamais resolveres os problemas da violência e criminalidade. O possível criminoso antes do fato, já sabe que não vai ser punido, no dia em que tivermos a certeza da punição, a violência vai diminuir.