A construção de um túnel submerso de 900 metros de extensão e 21 metros de profundidade é a melhor alternativa para melhorar as condições de travessia entre Santos e Guarujá, duas cidades da Região Metropolitana da Baixada Santista separadas pelo canal de navegação do porto de Santos.

A conclusão de estudiosos sobre a necessidade de construção urgente da obra vem mobilizando o presidente da Autoridade Portuaria,  Anderson Pomini, cuja tecnologia final de edificação do empreendimento está praticamente definida.

Recentemente, em entrevista a órgãos de imprensa, Pomini explicou que o Porto de Santos está localizado em ambas as margens do canal marítimo que separa Santos de Guarujá, revelando que técnicos da APS já veem trabalhando havia alguns anos no planejamento da obra.

Embora a ligação urbana seja atualmente feita através de balsas e pela rodovia Cônego Domênico Rangoni, com extensão de 45 quilômetros, o presidente da Autoridade do Porto explica que a previsão de demanda de carga e passageiros indica a necessidade de nova infraestrutura para melhorar a qualidade de vida dos moradores, materializada em deslocamentos urbanos mais ágeis e incremento da mobilidade.

O projeto do túnel Santos-Guarujá é prioridade da nova gestão, sob comando de Pomini0.

A ideia é lançar ainda neste ano o edital da construção, que deverá custar aproximadamente R$ 5 bilhões.

A obra, que deve ser concluída em cinco anos, está prevista para começar em 2024.

 

Problema complexo

Inicialmente pensado para ser uma concessão, no modelo de parceria público-privada (PPP), o projeto ganhou nova configuração e deve ser tocado pela APS, conforme adiantou em coletiva de imprensa o presidente da companhia, Anderson Pomini.

A mudança visa garantir a cobrança de uma tarifa social pela passagem.

A travessia Santos-Guarujá representa um problema complexo, pois são muitos os aspectos envolvidos.

Outra exposição importante feita por Pomini foi comparando a vida cotidiana distinta dos dois municípios, enquanto  Guarujá concentra muitas moradias -, em  Santos estão os empregos, o porto, a indústria, o comércio e os serviços.

Com o túnel construído, haverá redução significativa do custo operacional e dos tempos de viagem de pedestres, ciclistas e veículos, assim como vai melhorar o conforto do passageiro.

Ouvido pela reportagem do Opinião em Pauta, o diretor de Operações do porto de Santos, Antônio de Pádua Andrade, a título de curiosidade, fez um comparativo do Túnel Fehmarnbelt, que liga a Alemanha e a Dinamarca, com o projeto do porto Santos-Guarujá.

“O  Túnel Fehmarnbelt  possui 42 m de largura por  9 m de altura numa extensão de 18  km e com 40 metros de profundidade, com 89  módulos. Já o túnel Santos-Guarujá terá 37 metros de largura; 6 metros  largura, 900 metros de extensão, 21 metros de profundidade, com seis módulos. Teremos cerca de  1300 obreiros alocados em uma vila de alojamento”, disse.

Na imagem, maquete do Túnel Fehmarnbelt, maior do mundo, cujo modelo deverá inspirar o túnel Santos-Guarujá. (Foto Reprodução)