O DEBATE CONTAMINADO
– Glauco Lima
Mais uma vez a mãe de todas as nossas desgraças ( A INDECENTE DESIGUALDADE ECONÔMICA E SOCIAL) contamina o debate brasileiro.
É sempre assim!
Na democracia, no debate de corrupção, das eleições, no debate da violência urbana e no campo, no debate de políticas de inclusão humana, tudo é contaminado pela força da desigualdade.
O Brasil é talvez o país com território mais fértil para o cultivo da demagogia.
Poucos lugares no mundo tem clima tão propício para o discurso demagógico, raso, imediatista.
Seja um discurso irresponsável de esquerda ou, como sempre na nossa história, a pregação perversa da extrema direita besta-fera.
Como querer um debate mais profundo, mais complexo, menos simplório, onde mais da metade da população ainda está na pobreza e ou na extrema pobreza?
E ao mesmo tempo o país tem uma das 10 maiores economias do mundo?
Ou seja, tem muita gente muito pobre e pouca gente cada vez mais rica, isolada no topo, concentrando poder e renda.
Como querer que alguém com fome, desempregado, com dor de barriga ou num trabalho precário sem direitos, vote pensando em algo que não seja a sobrevivência?
Como querer que alguém sem renda entenda as políticas públicas, a ciência, a tecnologia para enfrentar uma epidemia ou uma pandemia?
E disso se aproveita quem tem mais dinheiro e mais controle do jogo.
E disso se aproveitam os oportunistas, os políticos serviçais do mercado mais insensível, os que não querem que nada mude, os que querem perpetuar este estado de coisas.
O Brasil tem baixa imunidade contra demagogia. Qualquer estupidez com carinha de boa intenção tem fácil aderência.
Esse debate atual sobre o que é mais urgente: salvar vidas ou salvar a economia está totalmente contaminado pela estupidez aderente. É uma discussão doente.
Como foi distorcido o debate sobre a criação do décimo terceiro, sobre a cota para negros ou do debate sobre o bolsa família.
Entre tantos outros desde o fim da escravatura.
O debate pertinente é: como achatar já a curva de expansão da doença e como o grande capitalismo brasileiro pode atuar nessa urgência, transferindo renda para amenizar os impactos da estagnação da economia.
E quando se fala em contribuição do grande capitalismo, não é só fazer demagogia doando garrafas de álcool gel.
A.S.A (Apinajé)
28 de março de 2020 - 12:18Salvar vidas ou salvar a economia?Eis o dilema.
Como sempre o povão é levado a acreditar que de novo é vítima do sistema,ao meu ver,não é!
O que vemos hoje em relação essa pandemia,nada mais é que um novo lance do nós contra eles,de um lado os que defendem A,do outro os que defendem B,não vou me ater em teses sociológicas,mas,é disso que se trata,no momento que mais precisamos de unidade,seguimos fragmentados,dando força aos senhores abutres da política,é isso que eles querem,uma sociedade fraca,independentemente da condição social,adoramos nos vitimar,se fossemos um povo mais coeso estaríamos buscando soluções para pandemia e também pensando na economia,não precisa ser um Gênio da raça para perceber o caos se avizinhando e,aqueles que deveriam liderar um processo para amenizar os efeitos da catástrofe,estão em uma luta insana buscando tirar proveito de uma situação que beira uma hecatombe,não sou de terceirizar culpa,mas, salvo engano,temos um presidente e vinte e sete governadores,prefeitos e poderes legislativos e judiciários,se essa minoria a cada dia que passa se mostra mais incompetente,onde estão os mais de 200 milhões de Brasileiros?Estão por aí brigando entre si,defendendo com unhas e dentes seus algozes de estimação,é isso amigos,seguimos bovinamente rumo ao abismo cheios de certezas pessoais em um eterno confinamento mental.
Um abraço
Adevaldo Araújo.