A Polícia Federal informou que, em ação conjunta com a Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar do Pará e Polícia Civil do Pará, prendeu neste domingo (10/10) três homens suspeitos de terem assassinado o agente de Polícia Federal Ramon Costa após reagir ao assalto no município de Goianésia do Pará.
O policial federal foi assassinado por volta de 1h, deste domingo (10), dentro de um ônibus que saiu do município de Palmas, no Tocantins, com destino a Belém.
A morte foi registrada em Boletim de Ocorrência pelo motorista do coletivo da empresa Real Maia Transportes Terrestres, no qual viajavam 12 passageiros, incluindo o policial federal.
No coletivo estava, ainda, um outro motorista da empresa, que dormia na hora do assalto.
O ônibus tem cerca de sete câmeras e as filmagens estão à disposição da polícia, no Pará, informou o motorista que registrou o BO, e não teve o nome divulgado.
De acordo com o BO, o crime aconteceu no trecho entre Jacundá e Goianésia, quando por causa de uma barricada no meio da estrada, o condutor precisou diminuir a velocidade do veículo, e dois homens encapuzados saíram do mato, cercaram o carro e anunciaram um assalto.
A vítima estava sentada entre os passageiros, normalmente.
De acordo, ainda, com o BO, a dupla perguntou se havia algum policial a bordo, o que foi negado pelo motorista da empresa Real Maia Transportes. Ele contou que foi obrigado a sair da pista e entrar em uma estrada de chão, para tirar o veículo de vista.
O condutor relata que a vítima foi assassinada dentro do ônibus, logo que um dos suspeitos descobriu tratar-se de um policial.
O trabalhador registra no BO que um dos suspeitos ficou o acusando de ter-lhe engando, ao negar a presença de policial no coletivo. Esse homem afirmou que o policial federal foi quem atirou primeiro, de dentro do ônibus, tentando atingir um dos suspeitos que estava do lado de fora do carro.
O motorista da empresa de transportes disse que, de fato, não sabia que havia um policial no coletivo, pois que ele não havia verificado isso na compra da passagem.
No BO está registrado que quem atirou no PF o fez pela fresta da cabine do ônibus. Um dos suspeitos ainda pegou o microfone do coletivo e falou aos passageiros que não queria machucar ninguém, mas se precisasse, machucaria.
Os bandidos mandaram os passageiros jogarem seus pertences pela janela, sem que a porta do ônibus fosse aberta, pois que com a porta aberta o veículo não anda. Mas isso, segundo o condutor, só seria possível, se a janela fosse quebrada e não há registro que isso tenha ocorrido.
No entanto, ao entrarem na estrada de terra, um terceiro homem encapuzado saiu de dentro do mato; parou o ônibus, na vicinal, e, após algum tempo, o depoente escutou barulhos de tiros.
A princípio, dos dois homens que entraram no ônibus no momento da barricada, apenas um desceu; enquanto o outro ficou na cabine do carro. O motorista foi obrigado a desligar os faróis e as luzes de dentro do coletivo e sair de ré da estrada vicinal, sob ameaça de morte. O motorista informou ainda que de longe dava para escutar os gritos de dor do policial que havia levado os tiros.
Após o ocorrido, o motorista levou o ônibus para Jacundá, pois segundo informações dos passageiros, era o município mais próximo para se pedir ajuda para uma ambulância. Um técnico de enfermagem disse que o policial já estava sem pulso.
Uma equipe do hospital municipal de Jacundá também prestou socorro, mas apenas constatou a morte do policial baleado. Segundo o motorista do ônibus, um dos homens, que ficou o tempo todo na cabine, usava capuz de camisa, cor preto, era moreno claro, usava sapato social, cor marrom e calça jeans. Ele ainda descreveu o suspeito como forte “bombado”.
Já o que desceu na estrada vicinal e encontrou com o terceiro homem, era magro, moreno, e tinha uma arma de fogo de cano longo. O terceiro elemento, que saiu do mato, usava jaqueta laranja com outra cor.
O motorista do coletivo ainda registrou que teve roubado o aparelho celular dele e cinquenta reais. Ele também ainda informou na polícia, que no momento do assalto, havia um caminhão de cor branca, de marca Wolkswagem transportando madeira, e o homem que estava na cabine pediu para ele, o motorista do ônibus, dar o sinal para o caminhão desligar as luzes, relatando também que, muito antes da barricada, tinha visto um carro, da marca Saveiro, de cor prata, na beira da pista com o alerta ligado, e duas pessoas próximas ao veículo, sendo que após o assalto, o carro ainda estava no mesmo lugar.
O Núcleo Avançado do IML de Tucuruí foi acionado para a perícia do corpo do policial federal.