Para o vice-presidente do Sindicato dos Armadores do Estado do Pará-Sindarpa , Eduardo Lobato Carvalho (foto), que também é um dos acionistas da empresa M C Log, a postergação do início das obras de derrocagem e dragagem da hidrovia do Tocantins tem um componente bem mais sério do que as justificativas até agora apresentadas pelo governo federal. Segundo ele, pode estar havendo um conflito de interesses entre o Ministério das Minas e Energia e o Ministério dos Transportes, através do Dnit, com vantagem para o primeiro.
Na visão do executivo, há o risco da obra de viabilização da hidrovia sofrer o mesmo atraso que perseguiu a construção das duas eclusas na hidrelétrica de Tucuruí. “Quando estava terminando de construir a hidrelétrica de Tucuruí, a construção da eclusa tinha um orçamento de trezentos milhões de dólares, e a Eletronorte, quando foi rever o orçamento, chegou a seiscentos. A obra parou trinta anos para rever essa história. Quando a refizeram, custou muito mais do que seiscentos milhões de dólares, chegando a um bilhão e setecentos milhões de reais, e está lá, parada” (a eclusa), explica.
Diante da discussão de que poderia estar havendo, no Dnit, sobrevalorização dos custos da hidrovia, fato que teria levado a presidente Dilma Roussef a determinar reavaliação de estudos orçamentários da obra, conforme ratifica o Diretor de Infraestrutura Aquaviária do órgão, Adão Proença, em entrevista ao blog, Eduardo teme pelo pior.
“Agora, de repente, a gente ouve uma preocupação muito grande do Dnit com relação ao dinheiro público, cortando, novamente, aqui, a obra do pedral, suspendendo a licitação, e repassando parte desse recurso para outra hidrovia. Na verdade, essa “preocupação” está tendo um fundo de conflito de interesses entre geração de energia e navegação. Observando atentamente, no país em que tem muitas licitações de bilhões e bilhões de reais e dólares, não está acontecendo essa contingência. Por que então todo mundo vai se concentrar somente aqui, no nosso pedral (Lourenção), que tem um valor de trezentos milhões?”, indaga.
Questionado como funcionaria a disputa de interesses entre gerar energia e o setor de transporte fluvial, Eduardo Carvalho explica:
– Com o pedral pronto (derrocagem concluída), e a eclusa funcionando, a Eletronorte tem que manter, no mínimo, três metros e meio de lamina d´água em todo o percurso da hidrovia, ou seja, de jusante pra frente. Isso vai demandar mais água, e mais água no rio – menos geração de energia. Então a gente está temendo que esse pedral só seja liberado após a conclusão e funcionamento da Hidrelétrica de Belo Monte. Quando essa hidrelétrica estiver gerando, talvez compense, aí eles vem e trabalhem aqui. Como a nossa presidente tem sua origem no Ministério das Minas e Energia, órgão responsável pela geração de energia no país, os assessores dela todos são dessa área, por isso achamos muito estranho essa colocação de cortar agora. Não podemos afirmar que seja isso, mas é uma desconfiança nossa de caboclo daqui em função do que está acontecendo. A desculpa não dá para engolir, essa história como está sendo colocada”.
Claudenor Peixoto
23 de outubro de 2011 - 04:47Quem manda votar no PT. Agora tá ai o “embromeichom” .E pela tonalidade dos discursos e das falas neste evento q houve na câmara de Marabá essa hidrovia não vai sair tâo cedo. Manda ver Dilma, anula o q o teu Presidente prometeu. E ainda diziam q era o governo da continuidade. São todos interesseiros e corruPTos.