Cerca de 2 mil indígenas de aldeias localizadas na região do Rio Mapuera, em Oriximiná, oeste do Pará, estão sem água e alimentos devido à suspeita de poluição do rio Mapuera.
O rastro de água barrenta afetou o rio que banha as aldeias Bateria, Pomkuru, Tamyuru e Mapuera.
A área afetada fica distante da sede do município cerca de 1h30 de helicóptero, e de 6 a 7 horas de barco.
A mudança na coloração do rio começou a ser percebida por indígenas por volta das 13h de sábado na Aldeia Bateria.
Na madrugada de domingo (29), por volta das 04h, foi avistada também na aldeia Pomkuru; por volta das 06h, na aldeia Tamyuru e às 07h, alcançou a Aldeia mãe Mapuera. O rio de água claras foi tomado por coloração barrenta.
O aparecimento de peixes mortos e a coloração barrenta da água deixaram os indígenas assustados nas aldeias Bateria, Pomkuru, Tamyuru e Mapuera.
Há recomendação das lideranças indígenas para que os povos não usem a água do rio nem para se banhar.
“O rio está muito sujo de lama. Não sei o que está acontecendo no rio. Talvez seja os garimpeiros jogando bombeiro, por isso estamos viajando para ver onde tem movimento de garimpeiros. (…) Estamos muito preocupados, pedimos até para o povo não tomar banho na aldeia Mapuera”, disse Maracha Wai Wai.
Há possibilidade de que a mudança na coloração do rio seja resultado de um fenômeno natural. O grupo de indígenas que subiu o rio na manhã de hoje, a partir da aldeia Mapuera encontrou um área acima da aldeia Bateria, onde houve o desmoronamento de uma serra. Vídeos e áudios foram enviados do local ao secretário por volta das 12h15 desta segunda, informando sobre o desmoronamento.
“Foi um fenômeno natural, provavelmente, assim como acontece nas partes altas do Estado do Rio de Janeiro. Encharcou e e deslizou para o Rio Mapuera. Mas de qualquer forma estaremos indo com o Prefeito Delegado Fonseca, assim que o helicóptero chegue em Oriximiná”, informou Rubens Rodrigues.
Em ofício com data do dia 28/05, enviados à Procuradoria do Ministério Público Federal e Procuradoria de Justiça do Ministério Público Estadual de Santarém, Coordenação Regional da Funai – Manaus, Frente de Proteção Etnoambiental Cuminapanema (Funai), Ibama e ICMBio (Santarém) e DSEI Guatoc-Tocantis, as associações Apim e Aikatuk pedem intervenção de forma urgente para que sejam apuradas as reais causas da poluição das águas do rio Mapuera, e para que tomem as devidas providências para fiscalização e verificação da situação, assim como medidas emergenciais para garantir a saúde da população.