Um dia após o desabamento da ponte em Estreito, na BR-226, o blogueiro publicou depoimentos de três especialistas em contaminação por produtos tóxicos que relatavam versões de que o rio Tocantins poderia não estar recebendo a carga de ácido sulfúrico contida em três caminhões que caíram da ponte colapsada (LEIA AQUI)
Mais: procuraram tranquilizar os moradores ribeirinhos à jusante da ponte, principalmente daqueles residentes no trecho Estreito até a cidade de Imperatriz, explicando a existência da baixa possibilidade dos produtos tóxicos se espalharem com alto risco de contaminação.
Pois bem, os três especialistas estavam corretos em suas análises: os tanques dos três caminhões que caíram no Rio Tocantins, após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, transportando 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas, estão intactos e o risco de vazamento e contaminação do meio ambiental é mínimo.
A informação foi confirmada nesta quinta-feira (26), pelo supervisor de Emergência Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Caco Graça.
“O pior cenário seria se a carga tivesse sido expelida durante a queda. Isso não aconteceu, os tanques estão intactos, a partir da visão do sonar da Marinha e, também, das equipes técnicas (da Sema), que identificaram isso”, afirmou o supervisor.
Sem risco à saúde
Caco Graça informou que, durante a retirada do material contaminante, é possível que uma quantidade muito pequena de produtos químicos tenha contato com a água, mas não há possibilidade de causar sérios riscos à vida humana e ao meio ambiente.
“Como já foi trazida a informação pela Agência Nacional de Águas, se toda a carga que está ali tivesse vazada no rio, ainda assim ela não daria prejuízo à vida humana em função da diluição. Lógico que no local, no ambiente ali, no perímetro, você ia ter uma contaminação. E essa alteração de pH e outros tipos de ações ia provocar a mortandade da biota local. Por isso, que nós recomendamos que as pessoas não se aproximem do local, mesmo com embarcações. Então, na retirada, poderá haver (vazamento), mas o risco de contaminação e impacto ambiental ele é pequeno”, afirmou Caco Graça.
Ainda de acordo com o supervisor da Sema, o local do acidente se apresenta estável, sem apresentar risco de contaminação até o momento e que a Secretaria de Estado do Meio Ambiente está fazendo o monitoramento do Ph na água, que é o principal fator que vai identificar um possível vazamento.
Parecer técnico
Caco destacou que a confirmação de que a água do Rio Tocantins está livre de contaminação foi dada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), que emitiu um parecer técnico na terça-feira (24). Após esse parecer, o governador do Maranhão, Carlos Brandão, anunciou que a captação de água para abastecimento da cidade de Imperatriz seria retomada imediatamente.
O supervisor de Emergência Ambiental explicou, ainda, que, após encerrar o período de buscas pelas vítimas, será aplicado um plano específico para retirada do material contaminante.
“Muito provavelmente retirar o material pra depois retirar os caminhões, retirar os veículos. Esse é um processo complexo, que requer equipe técnica, que já está no local, são duas empresas. Toda essa articulação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, ela faz parte de um plano de atendimento a emergências. Então nós temos que tomar muito cuidado com todas essas ações que estão sendo desenvolvidas”.
Caco Graça destacou, ainda, que as pessoas evitem o contato com embalagens nas imediações do Rio Tocantins e que, caso identifiquem algum tipo de material ao longo do rio, principalmente das bombonas de vinte litros com herbicidas, comuniquem as empresas que estão no posto de comando ou um responsável pelo posto, para retirar esse material sem risco de contaminação a ninguém.