A Promotoria de Justiça Militar, do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), instaurou um inquérito policial militar (IPM) para investigar um policial militar que lamentou não ter usado de força contra manifestantes que integraram um ato contra o racismo, no bairro de São Brás, em Belém, neste domingo (7).
O militar faz parte da Ronda Tática Metropolitana (Rotam). Em uma publicação, num grupo de uma rede social digital, Marcelo Souza disse que não pôde fazer nada porque “infelizmente estavam bem pacíficos”, mas que “a vontade era grande”. Além do inquérito, foi solicitado o imediato afastamento do policial. Ele pode ser expulso da corporação. A redação integrada de O Liberal já solicitou posicionamento da PM sobre o caso e aguarda retorno.
Ao comentar a denúncia, Armando Brasil, promotor de Justiça Militar, disse que é vedado a militares manifestação político-partidária.
Além dos comentários nesse sentido, na própria foto de perfil do policial em rede social, o militar faz uma manifestação política, ao se identificar com a identidade visual do partido Aliança Pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido / RJ) tentou criar.
O promotor vê um comportamento exposto pelos comentários como “arriscado”, já que o policial pode ter um destemperamento e agir por pura emoção.
“Por isso solicitamos o imediato afastamento do militar e instauramos o inquérito para investigar essa conduta. Esses protestos não vão acabar agora e já entrei em contato com o comandante geral da Polícia Militar. Esse policial pode até ser expulso”, comentou Armando Brasil.
Nas postagens feitas em redes sociais, o policial também reproduziu, indevidamente e sem créditos, fotografias do fotojornalista Thiago Gomes, da redação integrada de O Liberal, feitas durante a cobertura dos atos desse domingo.
O ato resultou em detenções de alguns dos participantes, uma vez que atividades com aglomerações estão vedadas por decreto estadual durante a pandemia da covid-19.
Outros cinco também foram detidos em Belém, no final de semana anterior (no domingo 31), por aderirem a atos pró-bolsonaristas que organizaram uma carreata pelas ruas de Belém. (ORM)