Foi mais ou menos com essa expressão que o ex-deputado estadual Neuton Miranda (PCdoB) reagiu ao ser alcançado pelo poster, em abril de 1996, numa entrevista sobre a saída dele da presidência da Cohab, depois da chacina na Curva do S, em Eldorado dos Carajás.– Perco o cargo, mas não desonro minha biografia de luta pelo direito à terra.
À época, publicávamos coluna no jornal Opinião.
Então auxiliar de Almir Gabriel, governador que determinou a retirada à força dos sem-terra da PA-150, culminando com o assassinato de 19 manifestantes, Neuton Miranda não pensou duas vezes em entregar seu pedido de demissão da Cohab, caracterizando, em ato explícito, sua indignação com as cenas de violência que ganharam o mundo, no maior escândalo ocorrido contra direitos humanos praticado por um governante paraense.
Presidência do PCdoB
Ano passado, o poster publicou na coluna do Diário do Pará, a seguinte nota:
Dois dias depois, além de nota enviada ao colunista por Vinicius Hesketh, esclarecendo que Neuton Miranda não havia mais de 20 anos presidindo o PCdoB, havendo algumas gestões sob a direção de Leila Márcia Santos e Socorro Gomes, o próprio Neuton, num telefonema demorado e recheado de suprema educação, pediu ao blogueiro para não ser exposto como mandatário de duas décadas, já que aquilo não condizia com a verdade.
Solicitado para que ouvisse o pôster ler o teor da nota publicada (acima), Neuton admitiu exercer forte influência nas decisões do partido, mas que havia voltado para presidi-lo devido a sua experiência para manter a unidade do PCdoB após a saída de Paulo Fonteles e Sandra Batista.
Em nenhum momento, durante o bate-papo pelo telefone, o líder comunista levantou a voz ou proferiu expressões de exasperação. Ao contrário, disse que o surgimento de novas lideranças era uma de suas preocupações para que a chama da luta pelas liberdades e direitos humanos continuasse acesa.
Bandeira comunista
Na caixa de comentários, anônimo conta também um pouco de como pensava Neuton para revigorar o ideal comunista, sem sectarismo:
“Não ao esquerdismo.Tal inclinação, nos leva ao debate estéril.É preciso fortalecer o PC do B, nos pautando por alianças pontuais e estratégicas. A globalização torpedeou a legenda no mundo todo.Ser comunista, deixou de ser um propósito. Da bandeira, fica a luta por justiça social,pela qualidade de vida,pela dignidade humana”, trecho de um discurso de Neuton Miranda, morto em pleno trabalho nas barrancas do Tapajós. Ironia do destino, em terras que pertenceu a Henry Ford, Belterra, ícone do capitalismo, exemplo de apropriação do capital e da mais valia.
Elielson Silva
24 de fevereiro de 2010 - 01:48A sociedade paraense perdeu uma grande liderança, um homem público exemplar, comprometido com a justiça social e com aqueles que mais precisam.
Externo aqui meu profundo lamento a perda deste honrado colega de governo e amigo.
Manifesto minha solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Neuton Miranda.
Att
Elielson Silva
Superintendente Regional do INCRA/PA
Anonymous
23 de fevereiro de 2010 - 16:41O ser humano nascem (até os da mesma familia)diferentes,e por e para isso necessitam viver cada um de acordo com sua capacidade empreendedora,coragem,inteligencia,perspicácia,etc O grande erro do comunismo foi não dá essa oportunidade às pessoas,que se nivelaram pela mediocridade,aí deu no que deu. Eu pergunto, SERIA BURRICE ? Na ilha que produz banana e cana de açucar,Fidel e seus asseclas vivem em palácios,dormem no ar refrigerado,para fingir,não fazem a barba e quando vão à público,usam uniformes,o que parece torna-los iguais. Enquanto isso, o povo não tem sequer papel higienico,para limpar os resíduos anais,da pobre defecação. Pode ????