Comparando com enchentes ocorridas durante o mês de janeiro, a elevação das águas do rio Tocantins já tem a marca de ser a terceira em toda a história de cheias.
Quem apresenta essa constatação é o Núcleo de Monitoramento Hidrometeorológico da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).
Segundo o coordenador do departamento, Saulo Carvalho, “essa já é considerada a terceira maior cheia da história de Marabá. Em 1990, foi um caso bem atípico mesmo. O nível do rio chegou a 14 metros. Já em 1986, foi 12,20 metros”.
Os dados são de uma série histórica da Rede Hidrológica que o meteorologista faz parte e contribui. Ele complementa que as cheias já estavam sendo previstas porque desde o mês de novembro de 2021, diversas situação já favoreciam.
“O aquecimento das águas superficiais do oceano Atlântico e o do fenômeno La Niña influenciaram nessa cheia atípica em janeiro. Normalmente, essas altas de níveis em rios são vistos em meados de março e abril. O fenômeno La Niña altera a circulação dos ventos, causando muitas chuvas em toda a região amazônica”, explica o especialista.
Nesta segunda (10), o nível do Rio Tocantins subiu e atingiu 11,80 metros acima do leito normal, o que representa uma elevação de sete centímetros nas últimas 24 horas. A última vez que foi vista uma cheia atípica no mês de janeiro nos rios Tocantins e Araguaia foi em 1986 e 1990.