Bia, inteligente alma a dar start aos blogues amazônicos com seus comentários pontuais, faz considerações irretocáveis no blog Quaradouro a respeito da discussão secular de utilização da Amazônia como fonte de vida do Homem e da Natureza. Inspirada no conteúdo de uma seqüência de post, Bia corta, sem usar motoserra, a lógica da floresta pela floresta, lembrando do suspiro de homens, mulheres, meninos e velhos -, nascidos entre antas, jacus e jacás.
Sem permissão dela, ouso reproduzir a seguir o comentário de Bia.
“Ademir, sobre este tópico e os outros abaixo, há anos observo que ingenuamente aceitamos que a Amazonia passasse a ser uma “grife” que pausteriza todas as diferenças que existem debaixo das árvores. Dos nossos intelectuais, o Lúcio Flávio merece uma honrosa ressalva. Mas, vou em frente.Primeiro, aceitamos que a Amazônia passasse a ser defendida pelos novos centuriões como se fosse a nova Atlântida – conheça antes que acabe… – e que o Brasil e o mundo continuem a ingnorar que por baixo do idílico tapete verde existem o Pará, o Amazonas, o Acre, o Amapá, etc. com pendências históricoas e demandas diversas e não uma homogênica realidade/ficção.Depois, aceitamos, emocionados, o “lúdico” rótulo de povos da floresta, o que além de confundir castanheiros, seringueiros, pescadores como se ser extrativista fosse a mesminha coisa para todos, fica automaticamente desconsiderado que aqui há também outros “povos”: assentados, os carvoeiros, os garimpeiros e uma grande população urbana, com jovens que a duras penas tiveram acesso ao ensino superior, por exemplo, que não há alternativa para que exercitem o seu saber ou o seu aprendizado, pois as “almas amáveis e sensíveis” nos confundem, a todos, com o boto, o sapo cururú e a matinta-perera. Aquilo que deveria ter sido uma bandeira unitária para fortalecer- a Amazônia – acabou sendo uma lona, um toldo que sufoca nossas diferenças, ao invés de ressaltá-las e valorizá-las.Um abraço grande e considere isto um desabafo confuso de um amanhecer idem.”
Bia
25 de abril de 2007 - 17:48Ex- quase-anônimo:
saber que sua filha me teve como referência positiva, foi um susto e um prazer.
Abrace-a por mim. E um forte abraço pra você também.
Anonymous
25 de abril de 2007 - 15:08Eu sabia que tinha que ter uma pessoa bastante inteligente e com sensibilidade excessiva por trás daquele texto, mas imaginar que fosse você Adelina, nunca passou pela minha cabeça. Saiba que tenho uma filha de 38 anos que se formou em Sociologia por admirar demais você desde quando fazias política em Marabá e eu morava naquela cidade com minha familia. Estamos hoje em Santarém. A partir de agora serei visitante orgulhoso de seu blog TRAVESSIA. Meus respeitos.
Anônimo 8:20.
Bia
25 de abril de 2007 - 13:00Para o anônimo das 8:20.
É psudônimo, que devo à minha neta, Beatriz, nascida há quase seis anos, no dia do meu aniversário! Um lindo presente!
Ao começar meu Blog, há quase dois anos, imaginava que ser Adelina Braglia na blogosfera era uma incrível presunção. Era como se eu, através do nome, impusesse a todos um cartão de visitas que nada significa.
Assim, o posudônimo não esconde nenhuma má intenção. Corresponde apenas a um desejo de não agregar ao Blog uma carga que aparentemente identifica sem, na verdade, dizer nada.
No caso de profissionais de mídia, como Hiroshi Bogéa, Ademir Braz, Juvêncio Arruda, Afonso Klautau e outros, aí sim, o nome é um referencial e uma preciosa apresentação. No meu caso, não é importante.
Um abraço
Bia
25 de abril de 2007 - 12:50Não só autorizo, mas me manifesto comovidamente orgulhosa pela sua deferência!
Abração
hiroshi
25 de abril de 2007 - 00:02Anônimo 8:20, Bia, literalmente Bia. Nome, sobrenome, pseudônimo, depende do olhar. Pra que mais? Se quiseres, coloca Silva, Pereira, Maria – desde que seja Bia.
Ah, conheça-a. Ou a curiosidade te devora. Vai lá no blog dela.
http://travessia.blogs.sapo.pt/
Abs
Anonymous
24 de abril de 2007 - 23:20Quem é Bia? É pseudônimo? Não tem sobrenome, procedência, profissão? Não está faltando o blog ser mais explícito em sua informação?
Anonymous
24 de abril de 2007 - 21:09Poxa, muito bonito o texto. E tudo a ver com o nosso dia a dia assolado por um bando de acadêmicos pensando que a vida é bela só porque eles podem sobreviver da floresta amazônica deleitando-se com suas belezas e posesias inspiradas. Bota eles para viverem da realidade da malária e das picadas de cobra tratadas a base de basilicão! bota!
Neide Antunes Bastos
Altamira