“O Dia dos Professores é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem ‘águias’ e não apenas ‘galinhas’. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda”.

 

Neste ano de 2021, mais do que nunca, o Dia dos Professores é sinônimo de resistência e compromisso com o futuro do país.

Diante dos ataques que a educação vem sofrendo no Brasil, em todas as esferas, puxados pelo governo de Jair Bolsonaro  e seu projeto de destruição do conhecimento, educadoras e educadores encontram um cenário desafiador.

Inspirados por Freire, não desanimam e encontram forças no poder de transformação da educação, que pode até ser atacado, mas jamais será apagado.

Resistem perante tantos ataques.

Em verdade, o  dia 15 se transformou numa data de luta do magistério

Acredito que o momento histórico que estamos vivenciando está sendo pautado pela disputa de projeto, no qual a classe trabalhadora está sendo colocada cada vez mais no limite do desrespeito, da intolerância e do total descaso por parte do Estado.

Só como exemplo mais doloroso, a  Educação do Campo, bem como todas as políticas públicas que estão voltadas à classe trabalhadora, está sendo dissipada como fruto infértil do governo vigente.

Dia 15 de outubro é um dia de luta, de disputa de projeto.

No atual contexto, se olharmos para as circunstâncias, os motivos para comemorar são inversamente proporcionais à importância da educação.

Ser professora e professor, nessa conjuntura, não os colocam no melhor dos cenários, por mais que eles, educadores, amem o que fazem.

Os desmontes acontecem em efeito cascata.

O ataque aos planos de carreira e a falta de investimentos estruturais precarizam a vida, sobretudo dos que vivem nas margens.

Isso reflete na sociedade como um todo, não apenas em trabalhadores da educação.

Ainda, a perseguição ideológica e a consequente censura da falácia da escola sem partido acentuam o desprestígio da profissão.

Tudo isso somado reflete diretamente nas condições existenciais e materiais gerando adoecimentos e prejuízos de todas as ordens.

O corte de verbas obriga o Educador a fazer escolhas que impactaram seu dia a dia.

O desmonte dos Institutos Federais faz parte do projeto político de acabar com a educação pública de qualidade para a classe trabalhadora.

No entanto, os professores e professoras são artesãs de afetos, de sonhos e de utopias.

O potencial transformador da educação libertadora merece e deve ser celebrado.

O que verdadeiramente temos para comemorar é a  força de resistência do Professor, e a satisfação de ensinar.