Gosto de chegar à casa de meus pais e ver o sempre bem humorado João Bogéa com seu radinho de pilha. A cena reporta ao tempo em que ouvir rádio, para mim, era necessária função vital à sobrevivência
Assim como o ar que respiramos.
O rádio como fonte de informação e entretenimento.
Instrumento de geração de prazer íntimo.
O gesto do pai rodando sua casa com um radinho à mão, perpetua o que ele sempre fazia, nos cafundós dos castanhais: o rádio como companheiro inseparável.
Dele e dos demais castanheiros, deitados em suas redes, à noite, sob a luz de lamparinas, trocando prosa, tendo o rádio em ondas tropicais como trilha de sustentação, reproduzindo músicas e notícias de todo o mundo.
Herdei de meu pai o amor pelo rádio. O fascínio que o transmissor transmite, literalmente.
Ao vê-lo, hoje, preservando a velha mania, choro um pouco também por nostalgia. De um tempo ao qual pertenci.
Choro, e permaneço na torcida por dias de mais poesia.
É por isso que você tem no carma o gosto pela informação, contador de causos, também. Abs
agenor garcia
29 de março de 2011 - 09:47Rádio
Lá em casa, o rádio nos envolvia. Devo ao rádio, onde tive o meu primeiro emprego, a inclinação para o jornalismo. Tinha uns sete anos, quando participei de um concurso no Clube do Curumim. Tinha que apresentar, na ponta da língua, o prefixo da emissora. ZYR-69, Rádio Difusora de Piraju- São Paulo. Uma das emissoras da rede Piratininga de Rádio – Clube do Curumim – A Criança nas ondas dos Diários Associados. Rapaz, nunca mais me esqueci. E o emprego, era ler trechos das cartinhas que a meninada mandava para o programa.