Veja continua afundando. Não em conceito, porque isso já acabou tempos muitos atrás. Afundando na lama, como verdadeira pocilga que é.
O texto a seguir foi extraído do blog do José de Alencar:
No atual estágio do nosso processo civilizatório – incipiente, reconheça-se – há uma instituição estatal para julgar as pessoas, físicas ou jurídicas. É a Justiça ou, se preferir o leitor, o Poder Judiciário. Em um ou outro caso, será sempre o Estado que fará isso, o Estado-juiz. É essa a regra do jogo, democrático – e limpo – inclusive. Fair play, diria a FIFA. É assim que funcionam as coisas sob o estado democrático de direito. Ou pelo menos deveriam funcionar assim.
Pode até ser que o casal Nardoni tenha cometido um crime. Hediondo, talvez. Pode até ser que deva pagar por ele, segundo as regras do nosso Código Penal, que é – também ele – uma conquista do mesmo processo civilizatório que assegura direitos e liberdades, a de imprensa aí incluída. A revista Veja que está circulando pretende usurpar uma função estatal e julgar o casal. E já sentenciou que foi eles. Só faltou fixar a pena para a tentativa de usurpação ser mais completa.
Felizmente para nossa civilização, penas sumárias – lapidação (apedrejamento), por exemplo – executadas por turbas não mais existem, pelo menos juridicamente e legalmente reconhecidas. Nunca as tivemos e onde elas existiam foram progressivamente abolidas, salvo raras exceções que podem sobreviver em alguma civilização em estágio diferente do nosso (Nigéria, por exemplo).
Abolir a lapidação midiática, no que depender da juíza – leiga e de fato – Veja, ainda vai demorar algum tempo.
= = = =P.S.: Hoje mesmo Luis Nassif tratou do crime aqui. Até agora são treze comentários na caixinha.
Hiroshi Bogéa
26 de abril de 2008 - 15:25Bato ponto diário em seu blog, Alencar. E a açào no front nos atrai sempre. Gosto de estar no meio do furdunço.
Abs
JOSÉ DE ALENCAR
26 de abril de 2008 - 12:05Prezado Hiroshi.
Muito obrigado por repercutir o post sobre a Veja.
E mais agradecido ainda por seus posts sobre as ações mo MST no Sul do Pará. É jornalismo de guerra. Vai direto na veia.