‘De maneira geral, a taxa de desmatamento nos assentamentos da Amazônia tem sido quatro vezes superior à média da região’.


Denúncia acima está contida em estudo do ecologista Flávio Olmos apresentado durante o 5º Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, ocorrido em Foz do Iguaçu.
O ambientalista oficializou apenas aquilo que todos sabemos na Amazônia, ou seja, a de que os assentamentos são hoje os grandes responsáveis pelos impactos ambientais envolvendo incêndios e exploração ilegal de madeira e plantas.
O ataque às áreas de preservação assustou o estudioso ao constatar que as propriedades consideradas ‘improdutivas’, segundo o conceito legal, não são os únicos alvos de invasões por sem-terra. “Áreas que deveriam ser conservadas, como reservas legais, são um alvo freqüente”, diz.
O estudo de Flávio Olmos repercute em todos os segmentos devido a riqueza de documentação apresentada. Ele destaca a destruição ocorrida na área nativa da antiga Fazenda Araupel (PR), antes constituída de floresta com araucária numa extensão de 33.254 hectares. Com a chegada do MST, no período de 1996 a 2002, diz o ecologista, os sem-terra dizimaram 10 mil hectares da floresta e deixaram o restante gravemente degradado. ‘Foi o maior desmatamento identificado pela ONG SOS Mata Atlântica em seus 18 anos de história’, sentencia o estudioso. Para matar do coração a raivosa militância dos movimentos sociais, Olmos arremata com o petardo de um míssil:

‘Como é feita atualmente, a reforma agrária se apóia em justificativas ideológicas e tem produzido como resultado final uma combinação de enorme destruição ambiental com avanços sócio-econômicos modestos.’