O Ministério Público Federal (PA) está colhendo informações sobre o confronto corrido entre a polícia e indígenas, no município de Tailândia, semana passada.
Objetivo é investigar se houve excesso dos policiais durante a operação, que foi realizada com uso de bombas de efeito moral, enquanto os indígenas incendiaram pneus em resistência à ação.
O confronto resultou na detenção de oito indígenas e uma quilombola, que foram liberados provisoriamente no dia seguinte ao fato, quarta-feira (6).
O confronto ocorreu entre policiais militares e indígenas da etnia turiwara durante uma reintegração de posse na fazenda Roda de Fogo, localizada em Tailândia, no nordeste do Pará.
A reintegração foi determinada por uma ordem judicial emitida em 25 de outubro pelo desembargador Mairton Carneiro.
A fazenda Roda de Fogo está ocupada pelos turiwara desde agosto deste ano, em um conflito que envolve a empresa Agropalma, responsável pelas plantações de dendê destinadas à produção de óleo de palma. Os indígenas alegam que a área da fazenda é fundamental para sua cultura e subsistência, e denunciam a restrição de acesso a cemitérios sagrados na região.
Segundo os turiwara, a expansão das plantações de dendê resultou na expulsão de seu povo da área. O caso gerou um pedido de demarcação do território indígena. A Agropalma afirmou que a operação foi realizada conforme a decisão judicial e destacou que a desocupação ocorreu sem registros de feridos.
No entanto, a Defensoria Pública e o Ministério Público Federal (MPF) se manifestaram contra a ação, alegando irregularidades no processo. A Defensoria citou desrespeito a garantias legais, como a leitura de documentos obrigatórios durante a audiência de custódia, e denunciou possíveis violações de direitos humanos, incluindo o uso excessivo da força policial.