A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quinta-feira (3), no município de Novo Progresso, sudoeste do Pará,  o empresário Bruno Heller,  aquele que pode ser o maior devastador do bioma amazônico já investigado.

A prisão foi efetuada durante a Operação Retomada, deflagrada hoje com o objetivo de investigar um esquema de invasão de terras da União e desmatamento para criação de gado na floresta amazônica.

Três mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal nos municípios de Novo Progresso (PA) e Sinop (MT) estão sendo cumpridos.

Bruno Heller, , que transitava entre os dois municípios, foi preso em flagrante com ouro bruto e uma arma ilegal.

Segundo a PF, o acusado e familiares dele são suspeitos de invasão em mais de 20.000 hectares de floresta amazônica.

Ele será conduzido ao sistema prisional em Itaituba, também no sudoeste do Pará, onde permanecerá à disposição da Justiça.

 

Como iniciaram as investigações?

As investigações tiveram início após a identificação, pela PF em Santarém (PA), do desmatamento de quase 6 mil hectares na região de Novo Progresso.

O inquérito policial apontou que o grupo criminoso teria fraudado o registro junto ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) de áreas próximas às suas em nome de terceiros, principalmente parentes próximos. Em seguida, teriam desmatado essas áreas destinando-as à criação de gado.

Assim, os verdadeiros responsáveis pela exploração das atividades se sentiriam protegidos contra eventuais processos criminais ou administrativos, os quais seriam direcionados aos participantes sem patrimônio.

Desmatamento em área equivalente a quatro ilhas de Fernando de Noronha

Até o momento, o inquérito policial identificou que o suspeito e seu grupo teriam se apossado de mais de 21 mil hectares de terras da União. Além disso, já foram constatados o desmatamento de mais de 6.500 hectares de floresta, o equivalente a quase quatro ilhas de Fernando de Noronha, com indícios de um único autor ser o responsável pela destruição ambiental, com emprego de enorme aporte de recursos. Os danos ambientais são agravados pela ocupação de áreas circundantes a terras indígenas e unidades de conservação.

Segundo a PF, o suspeito líder do grupo já recebeu 11 autuações e seis embargos do Ibama por irregularidades, e perícias da PF indicam a existência de danos ambientais ocasionados pelas atividades criminosas também na Terra Indígena Baú.

Além da expedição dos mandados, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 116 milhões – valor mínimo estimado dos recursos florestais extraídos e de recuperação da área atingida -, o sequestro de veículos, de 16 fazendas e imóveis e ainda a indisponibilidade de 10 mil cabeças de gado.

 

Com informação de O Liberal