O papo a seguir segue em sua integridade pelo valor inédito do conteúdo, registrado pelo irrequieto Paulo Henrique Amorim:
Nunca vi político sem amigos. Só o Serra
Conversa com bom amigo que esteve na festa dos artistas para a Dilma, no Teatro Casagrande, no Rio.
– Como é que foi ?
– Emocionante !
– Qual a melhor frase da noite ?
– A do Chico ganha disparado: os tucanos falam fininho com Washington e grosso com a Bolívia.
– É verdade.
– É o melhor resumo da “política externa” do Fernando Henrique e seu filhote.
– E pega a Miriam Leitão, também, que queria invadir a Bolívia, te lembra ? Depois, a Venezuela ! Ela também fala grosso !
– Sim, claro !
– E o Boff ?
– Também foi uma bela frase: a esperança venceu o medo e a verdade vencerá a mentira !
– Isso dá um bom slogan para o João Santana.
– Claro, disse o bom amigo ! Isso ganha uma eleição.
– Você está confiante ?, pergunto.
– A boca do jacaré já abriu, companheiro.
– É, mas para mim, a melhor frase é a do Fernando Morais …
– Sim ! Belíssima ! Na testa do Serra ! Voto na Dilma porque conheço o Serra há trinta anos e sei do mal que ele pode fazer a este país !
– Um tiro no peito, não ?
– Se o Fernando encontrar com o Serra numa noite escura, o Serra crava o dente no pescoço do Fernando.
– E a história da bolinha de papel ?, pergunto.
– O Serra é um incompetente. O Lacerda pelo menos deu um tiro de 45 no pé …
– É … no atentado do major Vaz…
– Mas, bolinha de papel …
– Que “papel” triste do Serra, nesse fim de carreira, não ?, pergunto.
– Eu nunca vi um político que não tivesse pelo menos um amigo. Só o Serra.
– Mas e o Fernando Henrique, o Aécio ?
– Eles se odeiam.
– Se odeiam ?
– Os três se odeiam entre si …
– Impressionante.
– É, o Serra não tem um amigo.
– Não tem um único, solitário amigo !
– Ouvi dizer que lá em Minas todo mundo sabia que o Aécio sabia que o Itagiba mandou uns sicários para vasculhar a vida pessoal do Aécio.
– E daí nasceu o livro do Amaury …
– Todo mundo sabe disso, sentenciou o meu amigo.
– Mas, você tem razão: que fim de carreira melancólico, solitário, esse do Serra …
– Você quer saber de uma coisa ? , disse o meu amigo. Lembra do Betinho, aquele santo homem, o da batalha contra a fome …
– Sim, o irmão do Henfil …
– Exato. O Betinho era um santo, não é isso ?
– Um São Francisco de Assis …
– Você sabe que o Betinho foi da AP, a Ação Popular …
– A mesma AP do Serra.
– Pois, vou te contar uma coisa que uma amiga íntima do Betinho contou. O Betinho era incapaz de falar mal de alguém. Incapaz ! Mas, toda vez que alguém falava o nome do Serra perto dele, o Betinho perdia a cabeça e bradava: esse é um f … da p … !
Pano rápido.