O jornalista Ademir Braz foi levado às pressas para a emergência do Hospital Municipal de Marabá, no final da tarde de segunda-feira, 11, vítima de AVC isquêmico.
Na manhã desta terça-feira, 12, equipe médica que socorreu Ademir liberou boletim comunicando que o paciente continuará internado em estado de observação nas mesmas dependências do HMM.
No meio da noite de ontem, familiares do jornalista tentavam conseguir leito no Hospital Regional Geraldo Veloso, mas a direção do HMM considera seguro o tratamento dele no local onde se encontra.
O acidente vascular cerebral isquêmico se dá quando há uma obstrução da artéria, impedindo a passagem de oxigênio para as células cerebrais, que morrem – essa condição é chamada de isquemia.
A diferença do AVC isquêmico para o AVC hemorrágico é que o segundo decorre do rompimento de um vaso, e não de seu entupimento.
Para quem não o conhece, o blogueiro registra algumas informações sobre a importância de Ademir Braz para a cultura paraense.
Nascido em Marabá, Ademir iniciou-se em Jornalismo na “Província do Pará”, de Belém, em 1972.
É advogado desde 2000, formado na primeira turma do campus da UFPA em sua cidade.
Poeta, publicou uma trilogia poética: “Esta terra” (1981, pela Editora Neo-Gráfica, de Belém, edição pessoal rapidamente esgotada); “Antologia Tocantina” (1998), patrocinada pela Fundação Casa da Cultura de Marabá, e produto de pesquisa de 8 anos sobre a poesia produzida em Marabá desde 1917; “Rebanho de pedras” (2003), dentro do Projeto Usimar Cultural. Em 2003, participou da VII Feira Pan-Amazônica do Livro em Belém, como palestrante e expositor, fazendo o lançamento de seu “Rebanho de pedras”.
A seguir, um dos poemas de Ademir Braz que mais toca a alma do blogueiro
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Quando saem os tigres
Mal frequento esta casa
em que os frutos apodrecem sobre a mesa.
No entanto, trouxe flores – duas,
que fizeram bem aos olhos na rua
e deram essa ilusão de ter quem recebê-las.
(Quando puder consumir-me, talvez a casa
não será imensa nem a solitude tanta
nem no espelho brotarão gerúndios).
Trouxe também n’alma a vaga sede
dos pântanos e no coração um sobressalto.
Enquanto ponho n’água as flores soturnas
penso que os astros aconselham um largo
passeio (sozinho) pelos lugares que você
gosta e penso nos lugares que gostaria
e não os acho em meio a esta enorme sedução.
Quem estará hoje nas ruas?
Os loucos e os distraídos… E eu, sairei?
Sim, sairei… Talvez eu siga existindo por uma rua
que me faça lembrar dos acenos
que chamam a aurora sem degredos
a tessitura da pedra sob o orvalho
a enegrecida substância do poema.
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Daqui, torcemos pela rápida recuperação do nosso poeta-maior.
Ronaldo Giusti
13 de setembro de 2017 - 07:46Pagão é, sem dúvida, nosso maior poeta. Só encontra paralelo em Frederico Morbach, cuja obra ainda é graficamente inédita.
Rolando Peña Vega
13 de setembro de 2017 - 07:07Melhorar para esse escritor e poeta,de tardezinha sinfônica de uma cervejinha bem gelada olhando ao distante por do sol nas praias do Tucunaré no mais velho Tocantins.