Um ofício do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) revela que o comando das tropas do Exército responsável por dar suporte à missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ambiental como decretado por Jair Bolsonaro.
Segundo reportagem do jornal O Globo, os militares teriam se recusado a apoiar as ações do Ibama em pelo menos três operações alegando que as ações poderiam resultar na destruição dos equipamentos irregulares.
A destruição de maquinário em operações do Ibama é autorizada pela legislação ambiental desde 1998, apesar de ser alvo de críticas de setores do agronegócio e de integrantes do governo Jair Bolsonaro. Em 23 de setembro o presidente assinou um decreto para autorizar uma operação de GLO, com o uso das Forças Armadas, para o combate a queimadas na Amazônia.
“Foi reportado pelos coordenadores de campo três situações em que embora as bases do GLO e as bases do GCDA (Coordenação Geral de Defesa e Área) estivessem articuladas no mesmo município e no mesmo período os Comandos Militares recusaram-se a prestar apoio devido ao fato de que a ação do IBAMA pudesse acarretar destruição de bens”, diz o ofício datado do dia 23 de setembro e expedida pela coordenação de operações de fiscalização.
O Ministério da Defesa disse, em nota, que “a Operação Verde Brasil, por ser uma operação conjunta, demanda a execução de ações coordenadas entre as Forças (Armadas) e agências envolvidas”. Ainda conforme a nota, “para execução de ações necessárias à solução das ocorrências, há a necessidade de adoção para a melhor estratégia para cada situação”.
O Ministério também informou que o balaço da Operação Verde Brasil já resultou em 22.661,98m³ de madeira apreendida, destruição de 18 acampamentos clandestinos, interdição de quatro madeireiras ilegais, R$ 56 milhões em multas 204 termos de infração lavrados, aplicação de R$ 56 milhões em multas, oito pontes destruídas, 77 pessoas detidas, além da apreensão de 17 caminhões, oito tratores e uma escavadeira. (Folha)