Hidrelétricas estão acabando com as praias do rio Tocantins.
Quando construírem a barragem de Marabá, sobrará algum torrão de areia pra dizer que é nosso?
O fato já vem ocorrendo desde o ano passado, mas agora acentuou-se: as praias localizadas a jusante das Hidrelétrica do Estreito, Lageado (Palmas) e Serra da Mesa (no alto Tocantins – GO) estão sofrendo forte influência da barragem, com oscilações acentuadas em suas extensões físicas.
De Tocantinópolis a Marabá, o problema agrava-se, dependendo da vazão de água liberada pela hidrelétrica do Estreito.
A praia do Tucunaré, em pleno mês de julho, está apenas com 30% de seu território descoberto. Nesta época do ano, o logradouro sempre apresenta-se a 80% de sua extensão disponível para o banho.
Pior: registra-se, pela primeira vez, oscilação do nível das águas do Tocantins, com o surgimento de sobe e desce da água, na plenitude do verão.
No embalo que vai, termina julho e a insistência do rio cobrindo os bancos de areia seguirá na mesma toada.
Fenômeno registra-se com maior intensidade nas praias localizadas nas cidades de Tocantinópolis (TO), Araguatins (TO), Imperatriz (MA), Praia Norte (TO) e demais, localizadas no Bico do Papagaio.
Agora pela manhã, o poster conversou com jornalistas daqueles municípios, recebendo informação de que a vazão da hidrelétrica impactou o Tocantins numa distância de 400 km, a jusante.
As praias de Itaguatins, sempre lindas e muito concorridas no período de temporada alta, estão em sua totalidade submersas.
As praias do Cacau e Do Meio, em Imperatriz, dependendo do vai e vem das águas.
“Aqui virou um mistério, depois que fecharam a barragem do Estreito, as praias do Cacau, Praia do Meio e da Bela Vista, aparecem e somem, rapidamente. A gente nota isso tomando banho, por causa do nível do rio que, de repente, começa a subir, como se fosse maré”, conta o repórter Carlos Henrique Gaby Rocha.
Em Imperatriz, até a programação do Verão já teve que ser adiada por excesso de água no rio, num período em que as praias deveriam estar descobertas.
Em Imperatriz, as autoridades devem abrir o veraneio, oficialmente, agora, só em agosto,
Em Praia Norte, a assessora de Gabinete, Josy Cruz, pelo telefone, repete a mesma história: adiamento da programação de verão por falta de praia.
Em contato com gente do consórcio que administra a UHE, Estreito está liberando, neste momento, entre 1.800 e 2.100 metros cúbicos de água por segundo, o suficiente para desprogramar a vida dos barraqueiros e comprometer o período de praias organizado pelas prefeituras a jusante.
Para as praias voltarem a ter sua estatura física original, a vazão daquele hidrelétrica não pode passar de 1.400 metros cúbicos por segundo.
O problema é tão grave que o prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, luta, junto a CESTE ( Consórcio Estreito Energia) para incluir seu município no ciclo de reuniões com a Agência Nacional de Águas. Concretizando essa medida, a prefeitura terá condições de brigar por um número razoável de vazão de água, na hidrelétrica de Estreito, no período de veraneio.