Duas matérias publicadas no Correio do Tocantins ( sem link esta manhã), ambas levando assinaturas do repórter Ulisses Pompeu, mostram números frios e desalentadores.
Desumanos, principalmente.
Um índice mais elevado, próximo a 27%, identifica mães com idade entre 15 e 19 anos.
Com população estimada pelo IBGE de 200 mil habitantes, 10% dos que vivem em Marabá, são analfabetos. Bagatela de 20 mil humanos.
Sombrias, também, diante dos números, as reflexões da chefe da Agência do IBGE do município, Tereza Penha; e da coordenadora do programa Vale Alfabetizar: tarefa quase impossível erradicar o analfabetismo numa região de forte fluxo migratório, onde pessoas aportam e decolam como num piscar de olhos, sempre em busca de oportunidades nos municípios do entorno.
Hiroshi Bogéa
19 de novembro de 2008 - 15:20Caro Dr. Manoel, bom saber que de longe, na belíssima Curitiba, você nos acompanha. O seu comentário qualificado reforça o post, abrindo espaço para transformá-lo, também, em post, indo agora à ribalta.
Volte sempre.
Abraços na gurizada e na sua querida Tábata.
Manoel Veloso
19 de novembro de 2008 - 13:25Caro Hiroshi,
As duas estatísticas se complementam em um ciclo perverso. O analfabetismo por sua vez engloba vários aspectos que explicam as gravidezes precoces (baixa auto-estima, horizonte de vida curto, pouco conhecimento biológico) além de potencializar a instabilidade das instituições familiares. Temos que lembrar que estas crianças nascidas destas jovens não encontrarão locais propícios para se alfabetizarem, e via de regra, não terão figuras paternas fortes, que lhe direcionem para caminhos melhores. É um quadro desalentador. O Estado tem que se responsabilizar por isso e priorizar ações que ataquem as raízes do problema, com continuidade, independentemente do Governo do momento, mas, isto ainda é uma utopia, infelizmente.
Abraços,
Parabéns pelo blog.