Informe JB, de segunda-feira, 8:
O MP Federal e o INCRA pediram à Justiça que autorize urgente a mudança de uma comunidade quilombola em Santarém, do Pará, para uma região mais alta. Vivem numa ilhota, à beira de um rio cuja água vem subindo e engolindo plantações. Tudo por causa da erosão de barrancos.
As preocupações das autoridades são procedentes. E bem intencionadas.
Só um detalhe.
Ribeirinho não se dá bem em lugar nenhum que não seja ali, rés, bem pertinho, rente, sentindo o cheiro da água, ouvindo o ronco do remo do jacumã empurrando canoa contra a correnteza.
Quem quiser matar um ribeirinho de banzo, basta afastá-lo do rio.
Ele prefere ser engolido pelas águas das cheias, do que virar retirante de beira de estrada.
Como aconteceu com muita gente moradora da antiga Jacundá, às margens do Tocantins, antes da formação do Lago de Tucuruí, removida depois pela Eletronorte para viver na atual sede do município, na PA-150.
Umas ficaram doidivanas, andando a esmo pela cidade que nem zezeu; outras morreram de tristeza.
Se for pra remover, façam para outra área ribeirinha mais segura.
Hiroshi Bogéa
11 de dezembro de 2008 - 16:41Negativo, a caixa d’agua continua firme, enfretando as ondas brabas dos ventos que sopram no lago, resistindo a tudo. Para comprovar, postarei foto que bati recentemente quando estive no reservatório.
Um abraço, Bandeira.
Wanterlor Bandeira
11 de dezembro de 2008 - 15:56Hiroshi,
me confima, mas parece que a caixa d’agua caiu e hoje já não existe mais nenhum resquicio que naquele local existiu, uns dos mais belo e paradisiaco lugar ao longo do majestoso Tocantins. Entre pedrais, ilhas, lagos, cachoeiras e prais perfazia um percuso de quase dez mil metros entre Jacundá Velho e Jacundazinho. Alem disso tudo ainda existia a 2º maior ilha fluvial do mundo, que ainda hoje é possivel ver parte dela ainda vivas formando diversas ilhas ao longo do grande lago de Tucurui.
Nos meus sonhos, ainda permeia lembranças da rua de areias, de Cima e da Rua de Baixo,(a mesma Rua) do cais do porto e dos barcos descendo o rio carregado de castanhas rumo a Belem.
Hoje a única riqueza que existe são as lembranças.
Um grande abraço
Wanterlor Bandeira
11 de dezembro de 2008 - 15:43Meu Caro Hiroshi,
Ainda hoje antigos Companheiros perambulam por lá, sem emprego, sem vida e sem pespctivas.
Quanto a audiência do Projeto Salobo, se não estou enganado, acontenceu ainda na decada de 70 inicio de 80. Inclusive com o trajeto original da estrada que seria pelo Projeto N1, passando pelo Núcleo de Carajás.
Esse novo trajeto, foi amplamente discutido, com o governo do municipio e membros das duas associações. Tanto de APA, VILA SANSÃO E VILA PAULO FONTELES.
Agora, não bastaria tão somente discutir com as Associações e sim com toda a comunidade do Municipio de Parauapebas e de Marabá, até porque a estrada é um bem publico e sua manutenção e conservação será feito com custeio de verbas publicas. Sem contar as alterações e osa impactos socioambiental que o projeto causará aos dois municipios. Marabá por ser detentora da área a ser minerada e Parauapebas por abrigar as bases operacionais.
Wanterlor Bandeira
Hiroshi Bogéa
10 de dezembro de 2008 - 23:07Wanterlor, quando passo no lago e encosto a lancha no que sobrou da caixa d’água que abastecia a antiga Jacundá, imagino quantas belas estórias ribeirinhas encontram-se submersas nos escombros da cidade.
Tenho depoimentos gravados de antigos moradores falando de alguns doidivanos perambulando mortos-vivos até pouco tempo na Jacundá da rodovia. Por pouco tempo. Chisparam os olhos de tristeza.
Outro abraço, vereador.
Anonymous
10 de dezembro de 2008 - 21:19Em reunião na tarde de hoje, com um grupo de advogados que defendem trabalhadores rurais assentados nos PAs Paulo Fonteles e Vila Sanção, ficou definido mais uma grande ação conta a VALE.
Desta vez pela coação, imposição e outras formas de tratar os moradores dos dois assentamentos onde deve passar a estrada que liga Parauapebas ao Projeto Salobo.
São várias famílias que ainda não negociaram diretamente com a VALE, porque a forma como quer pagar e construir a estrada está totalmente fora da realidade.
Os advogados têm tentado de todas as formas acesso ao Documento oficial que rege as regras do convênio entre a Vale e a prefeitura de Parauapebas, para pagamentos das indenizações, laudo das terras, licenciamento ambiental para construção da estrada. Segundo os moradores nunca ouve uma audiência pública para discutir a construção da estrada e nem as formas de indenização
Wanterlor Bandeira
10 de dezembro de 2008 - 18:38Me Caro Hiroshi,
Sou jacundaense ribeirinho e sei quão triste foi a ausencia do cheiro do rio!!
Muitos morreram, outros mudaram para Itupiranga, Tucurui e os que ficaram, vivem até hoje sofrendo a ausência do velho e bom Tocantins.
Um grande abraço