O governador do Estado, Helder Barbalho, afirmou, nesta terça-feira (19), em Nova York, onde participa da “Climate Week NYC”, que os Estados subnacionais têm um papel decisivo na retomada da agenda de sustentabilidade do Brasil, reafirmando o protagonismo conquistado nos últimos anos, especialmente pelo Pará.
Em sua participação no painel “Negócios Para a Natureza”, no Yale Club, em NY, o chefe do Executivo estadual também anunciou o lançamento do primeiro edital de concessão para a restauração florestal do Estado.
Em parceria com a iniciativa privada, o Pará irá restaurar uma área de 11 mil hectares, em São Félix do Xingu. “Trabalhamos para lançar este ano o primeiro edital de concessão de área de restauro e é muito simbólica essa primeira concessão porque é uma área grilada, de proteção ambiental, e em um dos territórios de maior conflito florestal do Pará que é o município de São Félix do Xingu, que mais emitiu gases do efeito estufa. Nos recuperarmos essa área, restabelecemos o domínio, fizemos o estudo do bioma e estamos nos estruturando para fazer a primeira concessão de restauro”, disse o governador.
Helder Barbalho destacou que no período de 2019 a 2022, em razão da falta de atuação do governo brasileiro, o Estado do Pará conquistou papel relevante e de protagonismo na agenda climática, adquirindo centralidade e força para a Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC), o Plano Estadual Amazônia Agora, e outras iniciativas do Governo que aliam preservação ambiental com o desenvolvimento de negócios e empregos verdes.
“Nos temos a missão de entregar, até 2025, um ambiente que não dialogue com nenhuma irregularidade ambiental, algo absolutamente inegociável para nós. O Brasil precisa chegar chegar em 2025 com um cenário melhor e os números nos mostram que é possível alcançar, a exemplo das constantes reduções do desmatamento, que têm sido bastante significativas e, particularmente no Pará, no último mês de agosto, reduzimos os alertas de desmatamento em 70% e já nos primeiros dias de setembro reduzimos em 78% em comparação com o mesmo período do ano anterior, caminhando para fechar o ano de 2023 com uma importante entrega nessa agenda”, disse o governador.
O governador do Pará frisou ainda que sem controle e fiscalização não será possível avançar. “É preciso, além disso, garantir a transição do uso do solo promovendo um novo modelo econômico para a Amazônia, que pode surgir desse cenário de COP e dessa agenda de sustentabilidade. Floresta viva, que consiste em biodiversidade e em bioeconomia deve ser vista dentro da lógica das concessões florestais, de restauro. Não é possível imaginar que somente com desmatamento será possível zerar as nossas emissões, portanto a urgência posta é de redução de desmatamento e também de restauração das áreas antropisadas”
Metas – Outro ponto destacado pelo governador do Pará foi a meta de restauração florestal do estado. “No Pará, temos uma meta ousada, de até 2030, restaurar 5,65 milhões de hectares, cujo grande diferencial é que o poder público está promovendo a restauração e fazendo um chamamento para a iniciativa privada, garantindo condições para que isso possa ser feito”, frisou.
Com relação à Conferência das Partes (COP 30), que será realizada em Belém em 2025, Helder Barbalho destacou a oportunidade de legado que o Pará poderá deixar para as futuras gerações. “Trata-se de uma oportunidade única, de deixar um legado que estruture floresta viva como a grande vocação para a nossa região. Em tempos passados, a floresta era vista como um obstáculo para o desenvolvimento, mas isso ficou no passado. A partir de agora, mesmo que tardiamente, para esta e para as futuras gerações, floresta precisa ser vista como a grande oportunidade para garantir o equilíbrio do clima, para dar contribuição ao planeta, e faremos isso a partir do restauro, do mercado de carbono, da bioeconomia, oportunizando atividades econômicas diversas e mais verdes”, concluiu o governador.
O painel “Negócios Para a Natureza”, parte da programação da Semana do Clima de Nova York, foi organizado pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e a ‘Re.green’, organização internacional com forte atuação na restauração ecológica.