A palavra laico significa uma atitude crítica e separadora da interferência da religião organizada na vida pública das sociedades contemporâneas. Quando o Estado é regido sob inspiração “divina” e orientado segundo leis religiosas, sepulta-se a democracia – surgindo daí conflitos de toda ordem, como a que vemos todo santo dia em países muçulmanos e nas sociedades tribais de algumas nações africanas.
Guardadas devidas proporções, claro, o que o prefeito de Marabá, Maurino Magalhães, faz, assiduamente, nas repartições públicas e, com mais freqüência, na antesala de seu gabinete, no Paço Municipal, é a instituição de uma regra obrigatória, inteligentemente disfarçada de espontaneidade sugerida, para os servidores participarem de cultos evangélicos.
Nenhum prefeito, governador ou Presidente da República, pode institucionalizar sessões de orações em seus locais de trabalho sob pena de infringir a Constituição do Brasil, que consagra, desde a Carta Magna de 1824, o princípio da liberdade religiosa.
Nem todos os servidores sentem-se à vontade diante dos “convites” formulados, às primeiras horas do expediente, pelo menos uma vez por semana, a engrossar o cordão da evangelização comandada pelo chefe do município. Em qualquer lugar deste Brasil de diversas inspirações religiosas, há ateus, espíritas, católicos, protestantes, pais-de-santo e jerimuns outros, também, fornidos de crenças – cada um seguindo os ditames da sua consciência (quer no caso em que se acredite que seja divinamente inspirada, quer pela razão, intuição, estética ou qualquer processo pessoal), ao invés de seguir, ou obedecer cegamente às regras, hierarquias e autoridades morais ou eclesiásticas de uma religião organizada.
Da forma como age, cercado de pastores de todos os naipes e profetas desvirtuados, o prefeito de Marabá constrange quem não dança em sua praia. Se ele enche a antesala do gabinete de figuras das diversas igrejas evangélicas, cada qual com Bíblia à mão, credos outros, ali representados por funcionários públicos de opostas religiões, tem o direito, também, às suas sessões de orações particulares. O Estado laico, longe de ser um Estado ateu -que nega a existência de Deus-, protege a liberdade de consciência e de crença de seus cidadãos, permitindo a coexistência de vários credos.
Ou o prefeito pára com esse festival de idolatria messiânica ou a sociedade será convocada a exigir do Ministério Público que exija, mais do que rapidamente, do prefeito municipal o respeito a Bíblia Maior do país que é a sua Constituição.
Maurino Magalhães pode estar sob medida a representar nosso Odorico Paraguassu do século XXI, mas Marabá, muito longe, longe mesmo de ser uma Sucupira.
Anonymous
19 de fevereiro de 2009 - 20:24Caro Hiroshi.
Pelo o andar da carruagem Marabá se tornará uma república da assembleia do Maurino, e o desenvolvimento fica a onde, essa é a preocupação maior.
Anonymous
19 de fevereiro de 2009 - 17:42Tem judeus tb…..
Anonymous
19 de fevereiro de 2009 - 10:56Para dar um freio a essa e outras aleivosias, em breve será criada a ONG Transparência Marabá
Anonymous
19 de fevereiro de 2009 - 03:06Bom seria se o prefeito ao invés desses cultos e desses pastores (não tenho nada contra nenhum deles) obedecesse a Bíblia que é sábia. “É melhor obedecer que sacrificar”. De que adianta andar com a Bíblia ou citá-la qdo lhe aprouver, se não obedece os preceitos nela descritos? “Não adulterarás”; “Não dirás falso testemunho”; “Ama o teu próximo como a ti mesmo” “Seja a vossa palavra sim, sim, não não”…. e muitos outros..
Anonymous
18 de fevereiro de 2009 - 23:39Paravéns Hiroshi. POucos tem a coragem de botar o dedo nessa ferida com medo de paracer anytipático para as igrejas. Mas a realidade é que se deixarem os pastores saqueam o município.
Juvencio de Arruda
18 de fevereiro de 2009 - 23:10Ridículo, Bogéa, este nacional.
Anonymous
18 de fevereiro de 2009 - 21:18Quanto ao post, assino embaixo e nos lados