Por ter utilizado numa prova um meme de Jesus Cristo a partir da obra “Cristo Crucificado”, do pintor espanhol Diego Velásquez, uma professora teve seu nome sugerido pelo deputado federal Éder Mauro (PL-PA) para ser colocada num pelotão de fuzilamento.
O fato grotesco e selvagem de defesa da adoção de método de execução contra a docente ocorreu na sessão da Comissão dos Direitos Humanos, da Câmara Federal.
A polêmica foi levantada pelo ator Mário Gomes, pai de um dos alunos da docente, que entendeu a utilização da imagem na prova como um ato de intolerância religiosa.
O artista ainda comunicou ter registrado um boletim de ocorrência sobre o caso.
Éder Mauro defendeu, como punição à professora, penalizá-la com o método de execução utilizado em tempos de guerra.
“Deveria ter sido colocada num tribunal, num paredão, para que ela não levasse esse seu entendimento para nossa juventude, que está em formação de caráter”, discursou.
“Jumenta, imponderada e comunista” foram ainda algumas das ofensas direcionadas pelo deputado paraense à profissional da Educação. Apesar das manifestações de Éder Mauro e do ator,
O comando da questão da prova elaborada pela professora deixa explícito que a imagem de Jesus Cristo utilizada é um “meme” – conforme dito acima.
“Considerando o meme, identifique pelo menos um dos três tipos puros de dominação conceitualizados por Weber. Justifique-se, sempre em termos weberianos”, diz o enunciado da questão.
Ainda assim, Éder Mauro afirmou que a professora “envergonha a classe de professores, querendo comparar Jesus Cristo com bandido”. Isso é uma vergonha com professores. Esta cidadã, se assim se pode chamar, nunca deveria comparar… Que ela compare bandido com aqueles mais de 20 mortos no Rio de Janeiro”, disse também o deputado do PL, referindo-se à operação policial na Vila Cruzeiro, que resultou em 23 mortos.