Nesta segunda-feira (06), completa 50 anos da última exibição de Pelé, o Rei do Futebol, em Belém do Pará. Nessa data, que caiu em uma terça-feira, o fabuloso time do Santos Futebol Clube, na época a maior equipe do futebol mundial, veio se exibir em Belém. Uma plateia entusiasmada tomou de assalto o estádio vovô da Cidade, a Curuzu, para ver as proezas do grande astro do Santos e seus súditos. O Santos venceu o Paysandu por 3 x 1, em jogo amistoso.
Antes, o time, com Pelé, esteve em Belém em 1965, no dia 29 de abril e jogou contra o Clube do Remo, no Baenão, goleando-o por 9 x 4, também em partida amistosa. Essas foram as únicas exibições de Pelé em Belém do Pará em toda a sua carreira. O Rei voltou a Belém já no século XXI, mas para uma campanha publicitária. Coube ao presidente do Papão, o audacioso Giórgio Falângola, efetuar as negociações com o Peixe, que se exibia por todo o mundo e cobrava uma “grana preta” para tanto.
Falângola, que vivia o Paysandu desde 1965, quando trouxe aqui o famoso Penãrol – e o Paysandu o venceu por 3 a 0 – acertou tudo com os santistas com antecedência e “botou o bloco” na rua, efetuando uma grande campanha nas emissoras de rádio e da única televisão existente na época, TV Marajoara, Canal 2, anunciando com insistência a chegada do Rei do Futebol Mundial e o maior time do mundo a Belém.
A capital paraense deveria possuir um terço da população atual, talvez 450.000 habitantes. Manoel Gaspar (“Buraco”), profissional que ganhava a vida rodando em um velho fusca com serviço de alto-falante em cima, saiu a anunciar por toda a cidade a chegada do Santos Futebol Clube a Belém, bem como “Titan”, outro profissional desse sistema de propaganda volante.
Como Falângola – que tinha gráfica – imprimiu os carnês dos ingressos com antecedência, e quem queria ver o Santos e Pelé acabava comprando logo o seu ingresso, direto com o “Buraco” e o “Titan”.
Foram instalados postos de venda de ingressos em alguns locais de Belém, como na sede do Paysandu, na Curuzu e em algumas lojas, de maneira que a campanha obteve êxito e milhares de ingressos foram vendidos com antecedência, garantindo-se, desse modo a remessa de uma parte da cota exigida pelo Santos Futebol Clube.
No dia anterior ao da partida, dia 5 de agosto, segunda-feira, pela manhã, o Santos Futebol Clube chegou a Belém. A imprensa teve autorização para dirigir-se à pista do Aeroporto, pois o avião parou meio distante dos boxes do Aeroporto. De lá, foi uma boa caminhada e os fotógrafos aproveitaram para trabalhar, escolhendo os melhores ângulos.
Ao passar pelo Aeroporto propriamente dito e se dirigir ao ônibus, tanto Pelé como os demais jogadores do Peixe foram alvos de aplausos, vivas e do assédio dos torcedores entusiasmados. A muito custo, conseguiram chegar ao ônibus da delegação que os levou ao Hotel Vanja, na Tv. Benjamin Constant.
Na manhã do jogo, dia 6, terça-feira, o autor desta reportagem foi ao Vanja e conseguiu uma entrevista exclusiva com o grande astro do futebol mundial, Pelé, que, muito solícito, respondeu a todas as perguntas do jovem repórter, que foi publicada no jornal “Folha do Norte”.
Jogo
Para poder receber e comportar a grande plateia que iria assistir ao sensacional jogão de bola, entre o Santos e o Paysandu, o presidente do Papão, Giórgio Falângola decidiu ampliar a capacidade de público na Curuzu e para isso convocou o engenheiro Antônio Couceiro, que fez um projeto para um lance de arquibancadas com estrutura de cimento armado e piso em madeira de lei.
Foi a estreia de Antônio Couceiro no Paysandu, que depois chegaria a presidente e hoje é Grande Benemérito. O público tomou conta do estádio da Curuzu na noite de 6 de agosto de 1968 para assistir a exibição do Rei Pelé e dos seus súditos. O Santos fez uma sensacional exibição e envolveu o Paysandu, vencendo por 3 a 1, mas quem marcou primeiro foi o Papão, através de Ércio, no primeiro tempo. Na etapa final, o Santos fez pressão e empatou através de Pepe, depois fez 2 a 1, com Lima e finalmente, para fechar a noite com chave de ouro, o Rei Pelé deixou a sua assinatura, marcando o terceiro gol do Santos.
Quem assistiu a esse jogo gravou na mente a sensacional exibição dos mágicos da bola, do Santos e Cia e guarda na mente para nunca mais esquecer o que presenciou. Todo mundo saiu de campo satisfeito. (Ferreira da Costa)
Lino Fonseca
15 de agosto de 2018 - 12:10Parabéns. Penso ser muito importante esses registros de um período em que a história recente ficava guardada na memoria das pessoas e em meios de difícil acesso. Com isso, o registro fica nos bancos de dados da rede com mais facilidade de acesso. Abs
Apinajé
6 de agosto de 2018 - 18:13Hiroshi,Tô sentindo você um tanto nostálgico ou seria romantismo?RSRSPrimeiro,florada dos Ipês,agora me sai com essa do futebol arte,(tempo bom).Aí eu te pergunto:Nesse tempo,havia algum cai cai?
Nesses idos tempos,o futebol realmente era um esporte,tinha arte,hoje é o Marketing quem manda,transformaram nosso esporte bretão na maior lavanderia de dinheiro sujo do mundo,transformam qualquer cabeça de bagre em “Gênio” da bola,manipulam o povão como marionete,acabou Dom Hiroshi,acabou,sem melancolia,hoje é negócio antes da arte,do esporte…
Luis Sergio Anders Cavalcante
6 de agosto de 2018 - 16:29Sr. Hiroshi, aureos tempos do mágico futebol santista daquela época. O Santos de hoje….. melhor nem falar. Aproveito o ensejo para registrar, com pesar, o falecimento de Edevando, sexagenario, ex atacante de Clube Atlético Marabá e Associação Cultural Recreativa Operaria Beneficente(ACROB). O velorio aconteceu até às 09:00 hs. da manhã desta segunda(06/08) na residencia do mesmo, Bairro Francisco Coelho, Marabá Pioneira. Após o quê, aconteceu o sepultamento. Presentes ex atletas do Marabá, Bangú e Gremio Esportivo Tocantins como, João Clesio(Cabeção), Cateba, Kilindô, João Carlos ( Dicinin), Jorge Brasil Soares, Djalma, ex-árbitro Messias e outros. Lamentavel a não presença de Diretores e nem representantes de Marabá e ACROB, clubes pelo qual, durante muitos anos Edevando atuou. Em 06.08.18, Mba.-PA.