Cresci ouvindo Trio Los Panchos – “Tanto tiempo dusfrutamos de este amor …”(Sabor a Mi) -, e minha mãe cantando “La Malagueña”.
Tenho ainda boas lembranças de tias dançando bolero na casa de meus avós. Cheguei a pensar em praticar aulas de dança.
Achava encantador casais rodopiando no salão ao som da música que nos aquece o corpo e nos desperta os sentidos. Deixar-se enlaçar à cintura de alguém, o corpo em leve movimento na insustentável leveza do ser, encostar peito ao peito, sentir o cheiro de cabelos, o calor da nuca …
Em passos sincronizados, deslizar pelo tablado dos sonhos, como se mais ninguém existisse, como se o mundo se resumisse a um casal.
Com os corpos em simbiose, sair pela janela aberta, dançar no espaço sem fim em movimento uno e perpétuo num singular desejo de estar juntos para todo o sempre!