O nome de Jonias Carneiro da Luz, assim de chofre, pode não ligar nada a nada. Se acrescentarmos um pouco mais, dizendo que o mesmo exerceu a profissão de cinegrafista, trabalhando em empresas como a TV Liberal, o nome se tornará mais familiar a quem é do ramo e reside no sudeste do Estado.
Se dissermos, em outra via, que as imagens marcantes do confronto da PM com os sem-terra na Curva do S, em Eldorado do Carajás, foram feitas por Jonias, a lembrança de seu nome se estenderá além-fronteiras.
Pois bem. Jonias morreu afogado dia 21 de novembro, no rio Tocantins.
Desempregado havia muito tempo, ele experimentava momentos difíceis de existencialismo, separado da mulher com quem vivera mais de 20 anos. Estado permanente de embriaguês e depressão.
Inicialmente, falava-se em afogamento involuntário. Gente da família, no entanto, nas últimas horas, passou a defender a tese de que o rapaz, embriagado, decidira pelo suicídio, levado pela correnteza das águas do Tocantins.
Val-André Mutran
2 de dezembro de 2007 - 10:40Sábias palavras Frissinete. Há de ajudar muita gente.
Franssinete Florenzano
30 de novembro de 2007 - 21:49Não conheci o Jônias, mas seu trabalho fala por si. Lamento muito que tenha sucumbido à desesperança. Isso me faz pensar que o corre-corre diário nos torna distantes dos amigos, e às vezes uma palavra pode resgatar a auto-estima e até salvar uma vida. A depressão é horrível, já fez muita gente desistir de viver. Se algum dos leitores estiver passando por isso, reaja, lute! Encontre razões. Viva pelos seus filhos, pelo seu amor, pela sua família, pelos seus amigos.
Hiroshi Bogéa
30 de novembro de 2007 - 13:35Caríssimo Francisco,
atendendo sua solicitação, o comentário foi deletado. Mas bem que o mesmo deveria ter sido publicado. Tava legal, inda mais aquela parte em que você relembrou o tempo do sistema U-Matic…
Abraços, companheiro.
Hiroshi Bogéa
30 de novembro de 2007 - 13:33Pois é, Val, o cara perdeu o eixo. Aí já viu, sempre termina em tragédia.
Val-André Mutran
30 de novembro de 2007 - 01:27Me lembro muito bem dele Hiroshi.
As ORM ganharam uma boa grana, assim como, a Rede Globo de Televisão com as imagens captadas pelo Jonias –um cara boa praça– e que teve um baita sangue frio para filmar o que ele filmou.
Quando o confronto era iminente e já havia sido disparado uma arma de fogo (revolver), como demonstrou a perícia das imagens no julgamento o qual cobri para vários jornais e uma agência internacional, da parte de um dos sem-terra. Jonias tratou de correr para cima de um morro ao largo da estrada e obteve as cenas mais espetaculares da brutalidade que ali ocorreu.
Os demais cinegrafistas estavam abrigados dentre do mato, com mêdo.
Jonias não! Não era prá mêdo, pois o profissionalismo e sangue frio de um grande profissional esquenta em vez de gelar nessas horas.
Pois bem, ORM e Rede Globo… Demitiu o profissional ainda no mesmo mês desse lamentável fato.
Sou pelo Lindemberg, meu primo, que ele nunca mais se recuperou da grande sacanagem.
ORM e Rede Globo. Tudo a ver!