Em comentário ao post E aeê?!, o deputado João Salame ratifica luta pela criação dos Estados de Carajás e Tapajós. A seguir, a íntegra da posição do parlamentar:
“Pra usar um ditado popular: não abro da questão de Carajás nem pro tem da Vale carregado de minério de ferro. Ontem, por exemplo, estive num protesto na Vila União (Marabá) de moradores que querem a pavimentação da Estrada do Rio Preto. Uma obra orçada em 90 milhões. Advinha o que eu disse para centenas de pessoas, com lideranças do PT presentes…Que enquanto não tivermos o nosso Estado a turma de Belém não põe um dinheiro desses na nossa região, mesmo que seja numa estrada estratégica. Mas colocam num Hangar – Centro de Convenções, Estação das Docas, Boteco das 11, Mangal das Garças, etc. Só estão asfaltando a PA 279 porque é de interesse da Vale. Se não fosse o projeto Onça Puma não tinha pavimentação. Mas todas as estradas na região metropolitana de Belém, acessando municípios que merecem, mas não têm importância econômica, estão asfaltadas. No anúncio da governadora Ana Júlia do seu plano de investimentos para este ano, de aproximadamente 700 milhões, fui o único a protestar, ainda que educamente, que é o meu estilo, porque ela anunciou a construção este ano da Escola de Produção de Barcarena (na região metropolitana) e não a de Marabá, que vai sediar o projeto Salobo em breve.Disse aos próceres do governo, depois de ter dito em público no Simpósio pela criação dos novos estados, que enquanto a PA 150, a principal rodovia do estado, não viu durante os cinco primeiros meses do ano uma operação tapa-buraco sequer, o Hangar, duramente criticado pelos líderes petistas durante a campanha, recebeu nos três primeiros meses do ano 17 milhões.
Da tribuna da Assembléia tenho batido nisso constantemente. Não é culpa da atual governadora. É um modelo, que vem do Aloísio Chaves, Fernando Guilhon, Hélio
Gueiros, Jader Barbalho, Almir Gabriel, Jatene e que não vai mudar no atual governo, por mais boa vontade tenha a governadora e meu caro secretário André Farias. Juro que não aceito a provocação. Mas já estava preparando um texto pro blog do Juvêncio, um anti-emancipacionista empedernido, mas pelo menos um democrata, que topa o debate e o plebiscito, ainda que na maioria das vezes, quando trata desse tema, perca seu brilho intelectual resvalando para afirmações que beiram o baixo nível devido a posições preconceituosas. Digo mais: o posicionamento do Governo do Estado, agora oficialmente contra, o que eu já sabia, não altera o rumo da nossa luta. Para arrefecer os ânimos separatistas (eu prefiro usar o termo multiplicacionistas) só com muito investimento. O Estado não tem essa capacidade de investimento. É um tigre de papel. Só pra pegar o caso de Marabá, seria necessário que o Estado fizesse investimento direto, em saneamento e pavimentação, por exemplo, de pelo menos uns 10 milhões por ano. Não existe disposição para alocar um volume de recursos desses pra Marabá ou qualquer município da região.O nó não está em Belém. Está nas bancadas do sul e sudeste do País, que não querem a criação de novos Estados no Norte, pois isso significa mais senadores e mais deputados federais nortistas, o que desequilibraria a correlação de forças no Congresso Nacional. Por isso a mobilização deve ser intensificada junto aos formadores de opinião no Congresso. Junto com a mobilização popular por aqui. Sem agredir a turma da capital, porque isso é estupidez. O povo não gosta de radicalismos. E pode anotar: se o plebiscito for aprovado só vai votar quem é da região, pois a Constituição é clara a respeito disso. A Justiça vai garantir isso. Acho que a governadora e a turma de Belém abriram o olho e descobriram isso. Daí terem se posicionado agora contra a mobilização. Se tiver plesbiscito sai o Estado. Devido a uma elite predadora, a uma máquina ineficiente, a uma estrutura montada pra dar a fatia principal do bolo para a região metropolitana e as migalhas para o restante do estado, mas, principalmente, pelo fato de um Estado desse tamanho ser inadministrável, a criação do Estado de Carajás se tornará cada vez mais uma necessidade imperiosa. Apesar dos posicionamentos contrários da classe política da capital, dos anônimos que escrevem besteira para revelar sentimentos de inveja inocultáveis ( e que vão continuar ouvindo meus discursos contundentes a favor da criação do estado de Carajás, para sua tristeza) ou das saudáveis provocações de um dos melhores blogueiros do Pará”.
Nilson
18 de julho de 2007 - 13:26Hiroshi,
Dias atrás, como marabaense e observador racional dos fatos políticos, tão bem abordados em seu blog, opinei que o João Salame vai “comer pelas beiradas pois é astuto,sagaz e preparado,embora jovem ainda” e um anônimo se equivocou comigo.Sou Nilson, mas não sou o Nilson Santos, sou marabaense, 51 anos e gosto de análises racionais, sem a paixão do momento.Veja os argumentos do João Salame o que pode sinalizar para o que eu afirmei antes quando chegar a hora da sucessão municipal.Um nome a ser considerado pelos eleitores.
Anonymous
17 de julho de 2007 - 19:25Quando se fala em turma de Belem é no minimo uma forma desrespeitosa e segregadora.
Entao deputado, vamos ao debate!!
afinal de contas os “emancipancionistas” se afirmam apenas na logica do desenvolviemnto do grande capital.
Anonymous
17 de julho de 2007 - 19:04Salame será nosso próximo prefeito de Maraba. O povo quer eleger gente jovem e corajosa, comprometida com o nosso futuro.
Anonymous
17 de julho de 2007 - 18:18Deputado João Salame foi com extrema satisfação que li e reli seu comentário. Não apenas oportuno como prova de sua posição favorável à divisão do Estado. Mergulhando em suas colocaçõs fico imaginando o fosso que teremos dentro de três anos quando o atual governo não cumprir a promessa de chegar em todas as regiões – certamente promessa jamais a ser cumprida. Pressinto o clima de insurgência a varrer todo o interior dessas regiões. Esse pessoal de Belém está brincando com fogo,deputado. Vai chegar num ponto em que até para a governadora percorrer as regiões isoladas vai ser constrangedor tal o nivel de insatisfação no seio da sociedade.