Gosto de sentir cheiro de água de rio.
Quem mora próximo às ribanceiras é mais feliz. Sabe medir o tempo exato entre o nascer e o poente do sol.
Lembrando de meus rios que deixei ao tempo em caminhos molhados de paz, carrego no peito lentos sussurros de cachoeiras, nascentes de igarapés em cheia.
Como chuva a cair sem parar, essa saudade de rios me aflige.
Costumo dizer que são alegres, as comunidades ribeirinhas.
Ou como realça o poema: “Só na foz dos rios é que se ouvem os murmúrios de todas as fontes”.
Hiroshi Bogéa
9 de junho de 2008 - 11:13Lindérrimo, Bia! Maravilhosos versos do Antunes. Tenho por ele também tamanha admiração.
“Debaixo dágua protegido, salvo,
fora de perigo…”, prosseguimos, toureando tempestades.
“Debaixo d’água”, a canção de Arnaldo, já estou ouvindo aqui. No próximo domingo, por sugestão sua, a transformo em post.
Obrigado, querida.
Bia
9 de junho de 2008 - 01:53Uma “palhinha” pra você, também cantada pela Bethãnia, do meu poeta contemporâneo, Arnaldo Antunes:
“…debaixo dágua protegido
salvo
fora de perigo
aliviado
sem perdão e sem pecado
sem fome
sem frio
sem medo
sem vontade de voltar
Mas tinha que respirar
Debaixo dágua tudo era mais bonito
mais azul mais colorido
só faltava respirar
Mas tinha que respirar
Todo dia
Todo dia, todo dia
Todo dia
Todo dia, todo dia
Todo dia…”
Uma boa semana pra você.