Talvez preferissem que a grande massa hoje fixada nesses acampamentos viesse às cidades se somar à violência com tantos desvalidos que essas dinastias alegam não ser problema seu. Quanto mais virarem as costas, quanto mais ignrarem os trabalhadores perambulando pela periferia do consumo, em busca de um canto para a agricultura familiar e não do agronegócio, mais eles virão atrás os seus direitos com menos ou mais fome, com maior ou menor violência porque essa é uma luta que não há como cessar, até o último asentado, pois ao menor descuido os Direitos retroagem e teimosamente voltamos à escravatura: o sonho mais cínico das classes proprietárias no meio rural e urbano brasileiro.
Trecho acima extraído do editorial do jornal Público, edição desta terça-feira, que tem defendido posições firmes de total apoio aos movimentos sociais espalhados em diversas manifestações pelo Estado.
Conciso e muito bem escrito, o texto, para alguns, pode embutir espécie de “pecado original” por conta dos interesses múltiplos dos meios de informação formados sob a égide do autoritarismo. Mas, como bem dizia Durkheim, a melhor maneira de checar se um fato social está lá mesmo é desafiá-lo e ver o que acontece com você.
Entrar assim de forma independente num barato em que os movimentos sociais são o foco de proteção editorial, pode ser puro sacrilégio aos menos ousados
Ou um complicador para quem não quer ter comprometimentos.
Anonymous
12 de março de 2009 - 15:35DO COMENTÁRIO ANTERIOR:
“E o Público, modéstia a parte, expressa a opinião dos que compreendem o Brasil como uma Nação e não como uma ação entre amigos.”
O pessoal ficou ouriçado não foi exatamente pelo editorial. Mas sim partindo de quem parte. Todos na cidade sabem que o jornal Público tem por trás Tião Miranda, digam o que disserem, ele é o dono do Público.
O que causou esse furor nalguns comentários foi o fato de que o dono do jornal governou essa cidade por longos 8 anos e nada fez pelos desvalidos urbanos, dirá pelos da zona rural.
Pessoalmente, para mim o editorial não cheira, nem fede. Entendo apenas da seguinte maneira o comportamento do Público: seu dono agora está fora do poder, vai ser oposição e querer mostrar como se faz a coisa certa. E pra isso usará seus editores para expressarem suas idéias. Sempre foi assim e sempre será assim: não existe formador de opinião nesse país com liberdade para expressar suas próprias opiniões… são empregados obedientes, submissos. Mas se acham acima da média.
Espero que seja publicado.
Cabelo Seco
12 de março de 2009 - 14:16Talvez um dia pode vir a nascer um movimento sério como esse descrito pelo editor do Jornal Público,mas, hj em dia não existe, isso é utopia. As terras tem que cumprir sua função social assim como os jornais e televisões tem que educar e não somente fazer politicagem.
Anonymous
12 de março de 2009 - 14:01Esse anonimo de 11/3 às 3:49 deve ser extraterrestre,dizer que mst confere “disciplina” e “educação de base(?)” a seus seguidores,malfeitores,invasores de propriedades privadas,e agora assassinos também.Aqui no Pará a reforma agrária começou em 1970,e até hoje; arroz,feijão,milho,e até hortliças e frutas de consumimos vem de longe,às vezes do RS.Prá que insistir ? NÃO VAI DAR EM NADA,ESTATISTICA NÃO MENTE.
Anonymous
11 de março de 2009 - 18:49Só no País que foi o último do mundo ocidental a eliminar a escravidão um editorial em defesa da reforma agrária pode ser considerado revolucionário. Como o próprio nome já indica, “reforma agrária” é e sempre será uma bandeira reformista e não revolucionária. Veja que o Público não defende a expropriação da propriedade rural sem indenização de supostas benfeitorias feitas pelos proprietários – o que seria até razoável ante a realidade que vivemos -, mas apenas o cumprimento da Constituição, que diz de forma cristalina que a propriedade deve cumprir a sua função social. Os que hoje criminalizam os sem-terra deveriam refletir sobre o que faria e para onde iria essa massa de desvalidos arregimentada hoje por uma organização social que, bem ou mal, lhes impõe disciplina política e educação de base. Dinheiro público pinga ou jorra na mesa dos grandes proprietários ou das organizações sociais, conforme o caráter do governo que controla a Nação. O fato é que as organizações sociais contestam o status quo, incomodam as classes abastadas, logo, precisam ser mantidas “nos marcos da lei”, enquanto os ricos concentram as terras, o poder político, a renda e as riquezas do País. Não precisa ser revolucionário para entender isso. Basta ser inteligente e sensível. E o Público, modéstia a parte, expressa a opinião dos que compreendem o Brasil como uma Nação e não como uma ação entre amigos.
Anonymous
11 de março de 2009 - 14:19Afinal acho que quem tem que ser despejado da area da fazenda Cedro é a Santa Barbara que adquiriu uma terra ilegalmente ocupada pelo Sr.Bené Mutran.
Ilegal pois o mesmo tinha apenas concessao da mesma para explorar os castanhais que lá existiam e foram derrubados para dar lugar a pastos em fragrante crime ambiental.
Cabelo Seco
11 de março de 2009 - 13:37Eu acreditaria se o jornal não fosse de quem é.
roberto ruas
11 de março de 2009 - 11:18Parabens pelo editorial,tomara que o discurso seja imperativo.
Anonymous
11 de março de 2009 - 11:14Só nesse nosso pais,um bando de desocupados(mst)vivem continuamente desreipeitando a Constituição Federal,Estadual e tudo que é direito dos que realmente produzem no país(eu sou apenas consumidor e pagador de impostos),e ainda encontra “jornalistas”prá lhes defenderem e “governo” prá financiar suas ações.Queria ver essa turma na condição de ter suas propriedades covardemente invadidas e depredadas,ou seja , com a pedra dentro dos seus sapatos.Continuaraiam apoiando essas quadrilhas ? Claro que não! Hipócritas.
Anonymous
11 de março de 2009 - 04:24Legal ver o Tiãozinho Miranda, proprietário do Jornal, bancar um editorial quase revolucionário. Ou será que é o governo do estado bancando e definindo o que sai e o que não sai?
Anonymous
11 de março de 2009 - 02:42Prezado Hiroshi, o Público apenas demonstra a falsa dicotomia existente hoje no mercado editorial paraense, dominado por dois jornais que representam o mesmo projeto hegemônico de poder, mas com nuances diferentes – um de caráter populista e outro de caráter reacionário. Não à toa, a posição editorial de ambos está a serviço da criminalização de movimentos sociais importantes como o próprio MST, a Fetraf e muitos outros, que não precisam absolutamente de um jornal do nosso porte para defendê-los, mas certamente necessitam que a sociedade conheça as suas posições, reivindicações e razões com o mesmo respeito que os demais jornais concedem aos que detêm o poder político e econômico no País. Nossa diferença reside exatamente no fato de noticiarmos os acontecimentos sem o ranço preconceituoso dos “jornalões”, abrindo uma perspectiva crítica aos nossos leitores, na medida em que tb recorremos às fontes da grande imprensa. Obrigado pelo comentário crítico e encorajador e um grande abraço de toda a equipe do Público.
Edir Gaya, diretor de redação.
Anonymous
11 de março de 2009 - 01:31Há algo de podre no reino da Dinamarca.
Durma-se com um barulho desses.
Anonymous
10 de março de 2009 - 21:37Muito bom esse jornal PUBLICO, mas tenho dúvidas se ele será capaz de marcar presença e também crescer em meio a O LIBERAL e DIÁRIO
Anonymous
10 de março de 2009 - 21:07Fato interessante este editorial do Jornal Publico que sinaliza que a solucao dos conflitos agrários nao é somente um caso de polícia.
O editorial do Jornal Publico está totalmente divergente da posicao do apresentador Jorge Beliche no jornal local apresentado pela TV Livre em que o mesmo prega a lei do porrete nos movimentos sociais inclusive dizendo que o Para e o Brasil estao uma verdadeira bagunca como na edicao de hoje.