R$ 36 milhões serão investidos pela Cosanpa, a partir do dia 15 de fevereiro, em Marabá. Grana significativa para resolver a deficiente distribuição de água no município.
Com o aporte desses recursos, certamente a Saneatins (companhia de água do Estado do Tocantins) encontrará dificuldades, agora, para trafegar pelos gabinetes oficiais de Marabá.
Aqui pra nós: seria desmoralizante para o Pará, empresa de economia mista do Tocantins cuidar da distribuição de água no segundo mais importante município do Estado.
Ou não?
Detalhe: o contrato da Cosanpa com o município, como concessionária do fornecimento de água, venceu há tempos.
Hiroshi Bogéa
4 de fevereiro de 2008 - 16:38Com atraso, chego, mano venho Ademir.
Você escreveu, tá escrito. Sabe das coisas. E da Cosanpa na região, mais ainda.
Abs
Quaradouro
1 de fevereiro de 2008 - 18:52Hirô:
Até 1967, era a Fsesp que geria o sistema de abastecimento d’água em Marabá, e do que me lembre havia uma torneirinha junto ao quintal da Igreja de S. Félix, no final (ou início) da ponte de madeira que ligava a Antônio Maia à Rua Nova, hoje Barão do Rio Branco, não sei porquê.
Aliás,quando vereador faremos projeto que resgata alguns dos belos nomes de nossas ruas (dos Mineiros, do Poço, Alto do Bode, Marabazinho, rua Itacayunas)em placa de ferro esmaltada e grafia arcaica, como antigamente.
A tragédia do desabastecimento começou quando a prefeitura, coitada, enredou-se no canto de cisne de que o Estado, via Cosanpa, tinha dinheiro para produção e distribuição de água tratada,tirada do Tocantins, filtrada em escama de buiuna.
Deu no que deu. Me lembro que antes da estadualização, a prefeitura meteu-se num empréstijo de 57 milhões de dólares que a Fsesp torrou da noite para o dia caçando água em terra firme, onde as brocas quebravam no costado de ferro onde está ancorada a raiz da cidade, e de onde saía às vezes um filete d’água que virava ferrugem ao primeiro contato com o ar, à flor da terra. A prefeitura levou bons 40 anos a pagar a dívida e(x)terna e infrutífera, não aquífera. Nem um único metro linear de esgoto foi construído, que se saiba.
Depois inventou-se a Cosanpa e Satanás tornou-se gerente das coisas dessa água que nem passarinho bebe.
Quando, nos anos 80, inaugurou-se aquela obra ali perto da ponte do Tocantins foi um espanto. Tratada, a água posta na encanação voltava a maior parte por erro técnico, dizia-se à época, enquanto a cidade crescia e empresas instalavam suas fundações bem em cima das adutoras principais.
Não demorou muito, a rede da Nova Marabá, instalada em 1974, começou a estalar de podre dentro da Leolar da 28, da Revemar da 27, ao pé do muro do então “colégio da Vale” e por aí foi. Foi, não; vai.
Se se vai investir essa dinheirama toda deve ser pra fazer outra rede, outra estrutura de tratamento, quem sabe extensão para além dos 35%, 40% da população que a Cosanpa desserve e enche o saco. E quem vai consertar o calçamento quebrado, que a Cosanpa, em suas usuais operações remenda-buraco deixa no leito das ruas recuperadas pela prefeitura?