Colaborador vip do blog, Plínio Pinheiro analisa o resultado da eleição presidencial.
A ELEIÇÃO PRESIDENCIAL
Plínio Pinheiro Neto
Fui um crítico mordaz da candidatura Dilma, por considerá-la sem luz própria e extremamente dependente do Presidente Lula. Apesar da colaboração dada por ela, é inegável que a vitória deve ser creditada ao carisma e poder influenciador de massas que Lula detém como poucos o tiveram em nossa história política. Lula, com seu jeito simples e linguajar fácil, ganhou o coração dos mais oprimidos e descrentes de tantas promessas. Lembro-me do Ministro de Divulgação de Hitler, Joseph Paul Goebbels, que dizia “Pode ser bom possuir o poder baseado na força, mas é melhor ganhar e segurar o coração das pessoas”.Hitler não o ouviu e teve trágico fim.Lula, talvez sem conhecer a citação, trabalhou neste sentido e terá vida política longa, sem dúvida alguma.
Os pronunciamentos da Presidenta eleita, logo após o resultado e nos dias seguintes, surpreenderam-me de modo agradável. Ela revela querer dar um tom próprio ao seu governo e não se curvar às pressões, venham de onde vierem. No entanto, foi triste constatar, mais uma vez, a prevalência dos simulacros, tanto de Serra como de Dilma, que após a exploração do tema aborto no primeiro turno, apressaram-se a reunir-se com católicos e evangélicos, beijaram os anéis dos bispos, ajoelharam-se em Aparecida, tiraram fotos com imagens nas mãos, tentaram demonstrar a todos que tinham um viver cristão e após o resultado, nem Serra nem Dilma, sequer mencionaram o nome de DEUS em seus pronunciamentos. Tudo era superficial, interesseiro e momentâneo. Agiram como muitos que não se agradam do SENHOR, para quem DEUS é um meio e não o fim que deve ser. Agora, não podemos deixar de considerar que esta eleição presidencial revelou um quadro extremamente preocupante. Vejamos:
Dilma teve 55.752.259 votos. Serra teve 43.711.388 votos. Em branco votaram 2.452.594 eleitores. Anularam seus votos 4.689.397 eleitores e 29.196.864 eleitores se abstiveram de votar. Somando brancos, nulos e abstenções, temos um total de 36.338.855 eleitores que não votaram em Dilma e nem em Serra. Se dividirmos esta totalização pelos dois candidatos, teremos 18.169.427 eleitores para cada um. Somemos estes 18.169.427 aos 55.752.259 de Dilma e teremos 73.921.686 eleitores que repudiaram totalmente a Serra e se somarmos os 18.169.427 aos 43.711.388 de Serra, teremos 61.880.815 eleitores que repudiaram totalmente a Dilma. Muito mais do que os dois tiveram individualmente. Vê-se, pois, que a esmagadora maioria dos eleitores não queria nem um nem outro. Isso é a demonstração cabal do descrédito da classe política.
No entanto, concretizado o resultado, vamos torcer pelo sucesso da Presidenta que será a mandatária suprema do Brasil temporal, pelos próximos quatro anos. Ela será, obrigatoriamente, Presidenta de todos e para o bem do Brasil e de todos nós, povo brasileiro, é bom que seja bem sucedida.
Que DEUS a abençoe!
Plínio Pinheiro Neto, edvogado, e ex-deputado estadual por três mandatos.
Hiroshi Bogéa
14 de novembro de 2010 - 11:51Corrigindo o texto acima: que lutavam contra o autoritarismo do regime militar que havia àquela época retirado o direito do município escolher seu prefeito pelo voto direto
Hiroshi Bogéa
14 de novembro de 2010 - 11:4820:59, pelo que se lê, você desconhece totalmente a história política de Marabá. Plínio, ao ser eleito a primeira vez deputado estadual, nos anos 70, contou com a participação maciça dos jovens marabaenses, que lutavam contra o autoritarismo do regime militar que havia àquela época regirado o direito do município escolher seu prefeito pelo voto direto. Alguns anos depois, com o advento de Serra Pelada, Plínio tentava uma de suas reeleições batendo de frente com o então prefeito Haroldo Bezerra, no primeiro mandato deste nomeado pela presidência da República. Curió, em verdade, fez todo esforço para que os votos dos garimpeiros fossem descarregados a favor de Haroldo, eleito em 1982 deputado estadual. Vamos elevar o debate e não ficar aqui fazendo inclinações sem sentido.
Anonymous
13 de novembro de 2010 - 23:59Hiroshi,
O que fez de bom para a região o deputado Plínio Pinheiro Neto? Ao que sei, ele foi eleito por votos de Serra pela, na época em que o garimpo era comandado pelo execrável Major Curió.
Será que ele se orgulha desse negro passado?
Plinio Pinheiro Neto
12 de novembro de 2010 - 18:32Caro Marcos.
Olhe para a frase e seu sentido, não para o homem que a pronunciou.Lula, enquanto Presidente, poderia, com o poder do cargo, administrar com mão de ferro e impor-se pela força, no entanto, preferiu ganhar o povo pelo coração.Assim o povo o ama e vai ao seu encontro. Abraça-o e acompanha.Por isso, por ter entrado no coração do povo, elegeu Dilma e elegeria qualquer um outro, assim como tem sedimentado o caminho para voltar em 2014.Foi isso que eu quis dizer.
Obrigado pelo comentário e pela oportunidade que me deu de esclarecer minha linha de raciocínio.
Marcos Moraes de Lima
12 de novembro de 2010 - 16:39Achei esquisita a comparação do sucesso de Lula à frase do nazista Goebbels, ministro de I*mprensa de Hitler. Lula é o Lula pela sua trajetória, garoto pobre, vindo do Nordeste, metalurgico, líder de sua categoria de trabalhadores e um gênio em inteligência e sabedoria. E tudo isso pelo bem. Quando escolheu Dilma, pensou muito, principalmente no preconceito que poderia sofrer -como sofreu. Acho que Lula fez a escolha certa e o Brasil, idem. Lula é o cara e Dilma uma coroa fantástica!