O manifesto do vereador Wanterlor Bandeira (PT) subscrito por 14 membros do diretório municipal do Partido dos Trabalhadores continua repercutindo muito em Parauapebas.
A seguir, do jeitinho que está sendo distribuído, o documento que lança o nome do parlamentar às prévias petistas em confronto com Darci Lermen, prefeito municipal.

Companheiros Petistas: à LUTA

Faço uma análise a partir do que julgo povoar nossas ruas e motivar nossa militância.
Tomo como referência o governo LULA. Cujo maior sucesso se deve ao seu principal programa de transferência de renda, o BOLSA FAMÍLIA; a política externa; a implementação de políticas que distribuem regionalmente o desenvolvimento que o país ora experimenta; a política energética; a não privatização; dentre outros pontos.

Vejo como principal erro do governo LULA sua política de alianças, acho, que a força política do PT e do próprio Presidente LULA nos dão condições de uma maior proximidade com as ruas e com o próprio partido, sem tanta necessidade de ceder tantos espaços a supostos “aliados”. Não quero com isso afastar a necessidade de alianças, mas que sejam na medida e sob medida, isto é, ajustadas à nossa realidade, à nossa força eleitoral e política, à legitimidade e apoio que o povo nos concede, não às necessidades dos “aliados”. Digo isso, pois vejo que na verdade ocorre uma transferência de prestígio significativa do governo LULA para “aliados”, em detrimento de um futuro crescimento partidário do PT, necessário para fazermos frente e protagonizarmos à própria sucessão do Presidente LULA. Hoje sem nenhum nome, realmente forte.

Dito isso, faço uma análise do que ocorre em Parauapebas.

Não é segredo que fiquei muito descontente com o início do governo Darci, desde à primeira hora, fiquei e manifestei, não escondi de ninguém, ao ponto inclusive de me ver completamente isolado, não por companheiros petistas, mas por forças estranhas que dominaram e de certa formam ainda dominam o governo que deveria ser nosso.
Cheguei a deixar de ser filiado ao PT, mas nunca deixei de ser petista, pois quem pensa que petista são apenas aqueles que estão filiados desconhecem o tamanho e a força do PT.

Mas retomo a comparação com o governo LULA, certo que todo governo tem acertos e erros, mas aqui em Parauapebas, pergunto aos companheiros, qual o programa de transferência de renda que o município implementa, sequer tem algum que ao menos complementa o programa do governo LULA.

Nosso governo tem ao menos uma política agressiva de parceria com o governo federal para a formação de convênios? Não tem. Diz um companheiro nosso, que isso é por que alguns nomes, neo petistas, não querem qualquer tipo de aproximação, pois isso implica fiscalização e muitos membros do governo Darci não querem isso por aqui.

Vemos agora esse problema com a merenda escolar, não quero julgar ninguém, mas se isso for verdade, tiver qualquer fundamento, isso é inaceitável para um governo PETISTA. Tudo, mas com a merenda escolar, nem pensar. Eu vou pedir a prisão seja de quem for.

Nós do PT não comungamos com isso, essa prática em qualquer lugar, com qualquer verba, é inaceitável, mas com o dinheiro da Merenda Escolar, é repugnante.

Ao apresentar meu nome, não quero com isso dizer que o nome do Darci não seja uma boa escolha, quero dizer que o PT é grande, há alternativas, como o nome do companheiro Miltom, do Raimundo Neto, do Jorge Nery, etc. Digo também, que ponho meu nome para que se faça um debate, para que inclusive tenhamos a oportunidade de corrigirmos erros, de repensarmos, de repactuarmos espaços dentro do atual e do próximo mandato, pois acredito seja o caso de mostrarmos que o PT não é um partido elitista, onde um grupo, uma parte se julgue detentora da vontade e do destino do Partido, impondo essa vontade a todos, sem ouvir ninguém, se furtando ao debate. Se tiver bom pra essa pequena parcela, os demais que se virem. Nós petistas não podemos aceitar isso, isso é para PFL, para PSDB.

Digo isso, pois acho que tem sido assim, ou seja, o que temos atualmente é um governo do PT ou da DS? Ou menos ainda, é um governo da Odilza e do João Fontana? Tem sido assim, mas o PT é maior, bem maior. O governo tem que espelhar essa grandeza.

O que não pode é ter continuidade do governo Darci Lermen, tal qual se apresenta hoje. Inaceitável para qualquer petista ver a festa popular que foi nossa vitória, a vitória do povo, que foi a eleição em outubro de 2004, sofrer uma apropriação indébita, por uma pequena parcela do partido e pior ainda, de gente sem qualquer identidade conosco. Segregou-se os demais segmentos partidários, prestigiando figuras que não acrescentam nada ao nosso crescimento, figuras que estão se notabilizando por coisas que nunca foram práticas dos companheiros petistas.

Muitos companheiros petistas nunca forma convidados pra nada no atual governo. Sabemos que muita coisa tivemos que aprender, muita coisa acontece sem que a gente tenha a exata compreensão do ocorrido, mas agora é o momento de conversarmos, de corrigirmos, de unirmos, temos uma campanha difícil pela frente.

Quem acha que por que está no governo manda em tudo, acha que vamos apenas balançar a cabeça, se engana, o governo tem sua dinâmica, mas tem que se buscar se adequar ao que o partido decidir.
Recentemente, em Porto Alegre, Maria do Rosário, deputada aguerridíssima, ganhou as prévias partidárias daquela capital, derrotando todos os figurões do governo LULA (como Tarso Genro, Miguel Rosseto) e provavelmente, anotem aí, será a prefeita de Porto Alegre.

Não custa lembrar que Luzziane Lins, Fortaleza-Ce, só é a atual prefeita por que teve a coragem de enfrentar o José Genoíno e a cúpula do governo que se achavam donos de tudo e que não tinham que dar satisfação a ninguém. Estavam enganados.

Se o PT quiser sobreviver enquanto um partido apto a fortalecer a democracia brasileira, e o que vale pro Brasil vale para Parauapebas, não pode se furtar de debater seu destino, algo próprio dos partidos populares, que não se contentam em ser mero carimbo de máquinas administrativas. Aqui não é o PFL ou o PSDB.

Indiscutível também as qualidades de Darci Lermen, porém mais indiscutível ainda o distanciamento do seu governo do pensamento partidário que fez o PT se tornar uma grande agremiação partidária e conquistar a Presidência da República, qual seja: debates, divergências e unidade. Só há desenvolvimento com dialética, com debates.
Acho que pecamos nesses quatro anos, nos dividimos, hoje é forte a sensação que é necessário nos aproximarmos, caso contrário, o risco eleitoral é iminente.

Acho que podíamos ter prestigiado mais o cooperativismo, naqueles segmentos onde não era possível a atuação direta da prefeitura. Tenho como bandeira, a criação de uma empresa municipal de limpeza urbana, pois para mim chega de Clean Service.

Temos que criar a companhia de águas e saneamento do município. Não podemos mais permitir o racionamento e a falta de água em nossas casas.

Tem acertos, que queremos dar continuidade, como a política de moradia, mas queremos arrojar mais, buscar mais parceria, não podemos aceitar a especulação imobiliária que existe em nossa cidade.

Outra coisa que será uma obsessão é o empenho em rever o percentual dos royalties, não aceitaremos a postura omissa dos deputados paraenses, principalmente da Deputada Bel Mesquita, que nada fez e nada faz pra rever essa política que só beneficia a VALE. Pretendo montar um grupo de estudo, uma parceria com a UFPA, com o DNPM, ou outros órgãos, mas não podemos é ficar parados enquanto a VALE drena nosso subsolo, nossas riquezas e ainda se faz de boazinha.

Enfim, não podemos deixar que nosso governo, do PT, tenha seu rumo definido apenas por algumas pessoas ou, pior ainda, por figuras alheias ao nosso partido. Queremos chegar a um pleito como o de outubro agora e ser julgado pelo que fizemos e deixamos de fazer, mas não pelo que uma pessoa apenas, ou um pequeno grupo, fez, sem sequer nos consultar.

Todos que estão aqui são pessoas lutadoras, que têm história, pensam, discutem, debatem, é assim que é o PT. Somos parte, fazemos nossa história.

Somos massa, somos povo, mas não somos massa de manobra de ninguém.
Queremos definir o que é melhor pro nosso partido e pro nosso governo.

Por isso, Wanterlor Bandeira, sem qualquer desabono a Darci Lermen, neste momento tem mais identidade com o que se espera de um governo popular. Pode dar continuidade ao que se tem de positivo no governo Darci e ao mesmo tempo renovar, redirecionar o governo para outros rumos, naquilo que merece ser corrigido. Inclusive com o defenestramento de figuras como a do Sr. João Fontana, Dr. Hernandes Margalho, os quais não temos dúvidas nenhuma são os principais responsáveis por problemas como estes que se anuncia sobre a merenda escolar.

De longe o nome de Wanterlor Bandeira é o nome de maior densidade dentro do PT. Considerando 3 aspectos: político, eleitoral e partidário.

Político, no sentido de uma formação ideológica e uma preparação intelectual sólida, que hoje é capaz de suplantar qualquer outro nome dentro do PT parauapebense; eleitoral no sentido de ser um nome conhecido, ter uma imagem forte, traços físicos marcantes, de fácil aceitação pela nossa população; partidário, em dois sentidos, externo e interno, quais sejam, capacidade de articulação com outros partidos, e a oportunidade de um retorno do PT ao seu berço, às suas idéias mais fortes e que mais empolgam sua militância.


Wanterlor Bandeira – Vereador líder do PT na Câmara
Vandeilson do Santos Carneiro – Membro do DM e representante da AE
Wilson Pitbull – Membro do DM AE
Índio Teixeira – Membro DM Unidade na Luta
Edílson Carneiro – Membro DM AE
Gutemberg Silva – Membro DM PT Pra Valer
Casagrande – Membro DM PT Pra Valer
José Arenes – Membro DM PT Pra Valer
Maria Leni – Membro DM PT Pra Valer
Tarcilena Estumano – Membro DM PT Pra Valer
João Tadeu – Membro DM AE
Antonio José – Membro DM PT Pra Valer
Francisco Diniz – Membro DM e Independente
Francisco Canidê – Membro DM PT Pra valer