José Alencar, atento observador dos fatos de interesse do Pará, é quem faz a revelação:
Lenta e gradualmente vai se consolidando uma matriz energética e uma matriz de transportes que tornam o Pará uma província mineral e energética, cuja sorte – ou azar – e destino é decidido fora de seus limites.
Decreto publicado no Diário Oficial da União de ontem diz o seguinte:
Ficam declarados de utilidade pública, para fins de desapropriação, total ou parcial, de instituição de servidão de passagem, em favor da VALEC – Engenharia, Construções e Ferrovias S.A., os imóveis constituídos de terras, benfeitorias, acessões e outros bens de propriedade particular, bem como o domínio útil dos terrenos, porventura, foreiros, situados nos Municípios de Ouro Verde de Goiás, Damolândia, Nova Veneza, Brazabrantes, Goianira, Trindade, Santa Bárbara de Goiás, Campestre de Goiás, Palmeiras de Goiás, Indiara, Jandaia, Edéia, Acreúna, Turvelândia, Santa Helena de Goiás, Rio Verde, Aparecida do Rio Doce, Quirinópolis, Paranaiguara e São Simão, no Estado de Goiás; nos Municípios de Santa Vitória, Limeira do Oeste, União de Minas e Iturama, no Estado de Minas Gerais; e nos Municípios de Ouroeste, Guarani d’Oeste, Fernandópolis, Populina, Turmalina e Estrela d’Oeste, no Estado de São Paulo, necessários à execução das obras de prolongamento da Ferrovia Norte-Sul (EF-151), entre Ouro Verde de Goiás/GO e Estrela d’Oeste/SP.
Trata-se do prolongamento da Ferrovia Norte-Sul, que cresce apenas em direção ao Sul, tal como a Vale sempre quis, desde os tempos em que ela era estatal e o então Presidente José Sarney surpreendeu o país com o projeto dessa Ferrovia. Passadas duas décadas, a Ferrovia segue seu trajeto no rumo Sul. Logo logo ela vai interligar o Sistema Norte com o Sistema Sul da Vale.
O ramal Norte em direção a Belém não passou de promessa que, a bem da verdade, nunca foi feita para valer. Sempre foi um jogo de cena para aplacar uma surda ira santa dos paraenses. Mas isso foi no tempo em que os paraenses ainda se preocupavam com isso, nem que fosse para fazer figuração. Agora nem isso. A ira não existe e se existe é além de surda muda.
O tema não pertence à agenda dos paraenses, inclusive suas elites, governantes ou dirigentes. Ou nem uma coisa nem outra, tanto faz.
Hiroshi Bogéa
13 de novembro de 2009 - 17:02Sempre me preocipei com a NorteSul, acompanhado da indignação com que essa classe política do Pará nenhuma atenção dá ao caso. Seu post chegou na hora certa. Vamos fazer suite dele. Quanto ao documentário, já temos material extraordinário gravado na rota Marabá-Belém, descendo O tocantins.
Abs
JOSÉ DE ALENCAR
13 de novembro de 2009 - 15:20Meu caro Hiroshi.
Muito obrigado pela repercussão.
Gostei de saber do documentário. Não deixe de informar seus leitores sobre ele.