O Greenpeace e outras ONGs espalham pelo mundo um vídeo, traduzido para algumas línguas, narrando o incidente em Juína, no Mato Grosso, quando ativistas da organização foram sumariamente expulsos da região. Com o tempo de 12 minutos, o vídeo é aquilo que chamamos de verdadeira ‘pancada no fígado’.
Vale a pena roubar um pouco de seu tempo e assistir a produção.
Blog do Paraense
3 de setembro de 2007 - 19:53Lamentável este comentário do sr. Roberto Limeira C. Castro.
Porque os povos indígenas devem sair para que entre o gado e o latifúndio?
Faço esta pergunta porque ela é fundmental para se debater este tipo de questão. Por mais interessados e bem intencionados os agrobussinessmen, o capital não está acima do interesse de seres humanos que estão ali há bem mais tempo do que os srs. do agrobusiness e que, se tiverem suas terras invadidas, seu modo de vida será prejudicado, provocando centenas de mortes e a extinção de uma cultura.
Outro fato digno de lamento também é tentativa, velada, de justificar a violência deste grupo, que se repete em grande parte do Pará (Anapu, Curionópolis, Eldorado, Tailãndia e outras, só citando as que conheço em loco), e é patrocinda pelos agrobusinessmen. Este sentimento de que “é tudo nosso”, “não vamos deixar ninguém entrar” e etc, faz parte de um imaginário autoritário que marcou a ocupação destas terras na época da falecida ditadura militar, e que precisa ser abandonado. Principalmente porque este pensamento impede que tais áreas sejam aproveitadas de forma mais rentosa, pois ele mantém viva a mais primária das formas de capitalismo. Está comprovado que em muitos casos manter a floresta em pé e explorar os recursos de sua biodiversidade dá muito mais dinheiro do que derrubar tudo e botar meia dúzia de bois para pastar.
Mais lamentável é a tentação de culpar o Greenpeace por vírus espalhados pela internet. Daqui a pouco o sr. Roberto, ao receber um vírus de email intitulado “Receita federal”, culpará o governo Lula e a massa de impostos “criados” por ele, de estarem espalhando virus pela internet.
Hiroshi Bogéa
2 de setembro de 2007 - 12:48É o poder dos ‘donos da cidade’. É o combater pessoas com a ameaça explítica. Não se combate gente. Ou a enfrenta no campo das idéias ou oferecendo denúncia na Justiça, quando se pode chegar a esse extremo esgotando-se o entendimento e o “parlar” civilizado.
O resto é impôr leis de Lampião em plena era da digitalidade dos povos.
E desrespeitar a Constituição, impedindo o ir e vir das pessoas, é tão bárbaro quando colocar a ponta de um trabuco na cara do um cidadão.
crisblog
2 de setembro de 2007 - 05:42Anti-vírus a parte, acho que quem não deve não teme, não é verdade?
O “poder paralelo” que entendi no Marky é outro. É o poder dos donos da cidade. E os índios ?
Abraços.
Hiroshi Bogéa
1 de setembro de 2007 - 19:46Meu caro Roberto, você não imagina o quanto estou morrendo de rir. Rindo mesmo. Daquelas risads de quase ir ao chão.
Estava atento ao seu comentário recheiado de dados e números (gosto disso) quando começo a ler o parágrafo onde você relata a ‘pegadinha’ do e-mail falando que o mundo vai se acabar..
Parceiro velho, ri desesperadamente.
Você ficou curioso pra saber que diabos de estória é essa do ‘mundo se acabar ( e logo bem aí, dentro de 10 anos!!) e pumba! Deu um enter no AQUI! rsrsrsr
Era vírus, meu!!
Morro de rir…
Sabe, eu não dou mais esses “Enter” , não. Nem pelo cacete do nome do Greenpeace!!
Rio demais aqui..
Valeu, rapaz. Você tem espaço aqui no blog. Aprendo sempre com suas participações.
Um abraço e bom final de semana!
(Ainda estou morrendo de rir!)
Roberto C. Limeira de Castro
1 de setembro de 2007 - 19:16Dados para a reflexão dos seus leitores, Hiroshi.
O Município de Juína não fica na região norte do Brasil, como falaram os insignes esverdeados, mas, no Centro-Oeste, precisamente, no Estado do Mato Grosso.
O município está situado na área onde cerca 21 municípios reivindicam a criação do Estado de Aripuanã.
Juína tem 26.251 Km² e, portanto, 2.625.100 hectares de área municipal e uma população no ultimo censo de 38.329 habitantes.
A aldeia dos Enewenê-Nawê Fulni-ô é composta de apenas dez casas de madeira retangulares com formação em circulo e uma redonda no meio, conforme mostrou o vídeo.
A informação dada pelo líder do Greenpeace de que existem 510 índios não bate com os dados da Funai que divulga 250 silvícolas.
Se dividíssemos os 742.088 hectares da reserva já demarcada daria uma baita de uma fazenda de 1.455 hectares para cada índio, no caso de 510. Se a informação da Funai for verdadeira, cada índio da aldeia possuiria cerca de 3000 hectares cada um.
Eles possuem 28% das terras disponíveis no município de Juína, enquanto os demais 38.000 moradores ficam 72% ou 1.883.012 hectares, o que dá uma média por pessoa de apenas 49 hectares para cada cidadão.
Na realidade, como os fazendeiros possuem extensas áreas, a maioria dos brasileiros ali residentes não possui sequer uma cova de 1,5 x 3,0 m para ser sepultado quando falecer.
A criação desses enormes latifúndios já denunciados pelo sociólogo Hélio Jaguaribe, onde cada índio brasileiro possui 1,5 Km² enquanto, milhões de brasileiros em plena cidadania nada possuem, deve gerar conflitos cada vez mais acirrados.
O resultado somente poderia ser este. Essa vergonha e esse descalabro de uma política, territorial, fundiária e indigenista caótica.
Que democracia é esta?
O enorme contingente policial mostrado no vídeo, composto, por 6 soldados, 2 cabos e um sargento torna-se insuficiente para enfrentar dezenas de fazendeiros enfurecidos, contra três militantes verdes e 2 jornalistas estrangeiros que se metem numa guerra de vida ou morte, onde não são chamados.
Essa situação se repete em quase todos os Estados ingovernáveis das regiões norte, nordeste e centro-oeste.
Essa é uma das centenas de razões, por que se necessita criar com urgência, urgentíssima, essas unidades federativas novas, para que as instituições republicanas cheguem nessas paisagens remotas.
As autoridades republicanas estão empurrando esse e muitos outros conflitos e calamidades sociais e econômicas com a barriga.
Quando os massacres acontecem, ninguém quer se responsabilizar pelo ocorrido.
Ontem foi entregue o Plano Plurianual do orçamento brasileiro para o período 2008-2011 no valor de mais de R$ 3,526 trilhões em investimentos governamentais.
Nenhum tostão furado para essas questões territoriais e político-administrativas relevantes e urgentes.
Recebi desses mocinhos com carinhas inocentes de vítimas da Paz Verde, nesta semana, um panfleto aterrorizante de que o mundo vai se acabar em 10 anos, segundo a Nasa.
Confiando em tão famoso e portentoso nome Greenpeace, abri as fotos enviadas e eram simplesmente virus. Escapei graças ao meu eficiente anti-vírus.
Escaparam de levar um cacete muito maior.
A democracia pressupõe o respeito à opinião e o sentimento das maiorias.
Anonymous
1 de setembro de 2007 - 17:16Se toda cidade da Amazonia tivesse gente com a determinação do povo de Juína essas ONGs não fariam as aberrações que praticam contra os interesses do povo brasileiro. Aqui em Santarém mesmo os agentes do Greenpeace inviabilizaram, com ajuda do Ministério Público, o porto do município. Pau nesses invadores de nosso País!!!!!